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Israel ameaça usar 'todas as medidas necessárias' para impedir que Madleen leve suprimentos a Gaza

Os ativistas a bordo afirmam estar cientes dos riscos envolvidos na missão, mas mantêm sua determinação em direção ao enclave palestino.
Israel ameaça usar 'todas as medidas necessárias' para impedir que Madleen leve suprimentos a GazaAP / Lefteris Pitarakis / Salvatore Cavalli

Em um vídeo publicado neste domingo, a ativista Yaseminar Acar afirmou que as comunicações da embarcação Madleen estão sofrendo um apagão gradual, e que os sinais de rádio podem ser cortados em breve.

''Se você não ouvir a respeito de nós nas próximas horas, significa que fomos cortados do resto do mundo. Lembrem-se: estamos fazendo isso por Gaza, porque governos continuam enviando armas para matar, ao invés de mandar ajuda para salvar vidas'', afirmou, instando internautas a pressionarem as autoridades e a lutarem pela ''justiça e pela verdade''.

Além de Acar, o Madleen carrega a ativista climática Greta Thunberg e outros 10 ativistas, que partiram para a Faixa de Gaza com o objetivo de romper o bloqueio de Israel e levar alimentos, medicamentos e outros tipos de mantimentos ao enclave palestino, profundamente devastado pelas ações militares de Tel Aviv.

"Todas as medidas necessárias"

As notícias ocorrem em meio a duras ameaças do governo israelense. Nas últimas horas, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou ter instruído as forças militares de seu país a agir para impedir que a flotilha chegue às costas de Gaza e a ''tomarem todas as medidas necessárias'' para esse fim.

''À antissemita Greta e seus companheiros porta-vozes da propaganda do Hamas, digo claramente: vocês devem voltar, porque não chegarão a Gaza'', escreveu Katz em uma publicação na plataforma X, acrescentando que seu país ''agirá contra qualquer tentativa de quebrar o bloqueio ou ajudar organizações terroristas – no mar, no ar e em terra''.

Dias antes, Greta, havia concedido uma entrevista ao canal CNN. Nela, afirma que ''sabia, é claro, que a missão possui muitos riscos", mas que se Tel Aviv impedisse a chegada da embarcação, que não carrega armas, mas sim ajuda humanitária, estaria cometendo um crime.

"Não importa o quão perigosa seja esta missão, ela não é nem de perto tão perigosa quanto o silêncio do mundo inteiro diante deste genocídio transmitido ao vivo", afirmou a ativista em coletiva de imprensa antes do embarque.