Em Mônaco, Lula critica postura dos países ricos diante da crise climática: 'falta disposição'

O presidente brasileiro destacou iniciativas como o corredor Baku-Belém.

Durante sua intervenção no Fórum Financeiro da Economia Azul, parte da Conferência do Oceano da ONU, realizado neste domingo (8) em Mônaco, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a postura dos países ricos diante da crise climática.

Lula observou que ao longo de 2024, os países ricos reduziram em 7% a assistência oficial ao desenvolvimento, mas aumentaram suas despesas militares em 9,4%. "Isso mostra que não falta dinheiro, o que falta é disposição e compromisso político para financiar", disparou.

Nesse contexto, ressaltou que seu país tem exercido um papel crucial na promoção de questões ambientais, sublinhando o comprometimento do Brasil com a proteção dos oceanos na condição de presidente do G20. Ele também lembrou de iniciativas como o corredor Baku-Belém, lançado conjuntamente pelo Brasil e o Azerbaijão para ampliar o financiamento climático à nações em desenvolvimento.

O brasileiro pontuou ainda que regiões como a América Latina e a África são as que mais sofrem com os efeitos mais graves da crise climática, em uma aparente alusão a fenômenos como as ilhas de calor e os impactos das mudanças extremas nas condições ambientais nas colheitas.

Em uma crítica às instituições financeiras internacionais, que deveriam desempenhar um "papel central", afirmou que eles deveriam ser ''maiores, maiores e mais eficazes". Instrumentos como a emissão de direitos especiais de saque poderiam mobilizar "recursos muito valiosos", opinou.