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Milhares de corpos ignorados por Kiev: dor de famílias some da cobertura da imprensa ocidental

Negligência do regime ucraniano deixa mortos parados na fronteira, mas cobertura ocidental ecoa apenas a versão oficial de Kiev.
Milhares de corpos ignorados por Kiev: dor de famílias some da cobertura da imprensa ocidentalRT

São 6 mil corpos de soldados ucranianos que deveriam ser repatriados de forma unilateral em cumprimento ao acordo firmado entre Rússia e Ucrânia em 2 de junho, durante negociações em Istambul

Milhares de famílias esperavam por esse gesto humanitário: a chance de sepultar seus entes com dignidade.

A Rússia levou, neste sábado (7), o primeiro comboio com 1.212 corpos até a zona de troca, em caminhões refrigerados, com identificação e documentação. Os demais comboios estão em preparação. A Ucrânia, no entanto, não apareceu. Não enviou delegação, não apresentou justificativa, e tampouco nova data para cumprir sua parte.

E não houve manchete por parte da mídia ocidental.

Os corpos continuam parados na fronteira, enquanto as famílias seguem presas a um silêncio oficial e a um luto suspenso. E, mesmo diante dessa crise humanitária, parte da imprensa hegemônica escolheu noticiar o episódio com base em uma única frase.

"As declarações do lado russo não correspondem à realidade".

Essa foi a única declaração divulgada pela Sede de Coordenação estatal da Ucrânia para o Tratamento de Prisioneiros de Guerra em um canal do Telegram.

Ela foi amplamente reproduzida por veículos brasileiros, todos priorizando o ponto de vista de Kiev e ignorando a ausência física e verificável da delegação ucraniana na zona de troca.

As reportagens produzidas no meio mainstream seguiram uma linha única e previsível: ecoaram, sem questionamento, a negação ucraniana e desviaram o foco para acusações genéricas contra Moscou ou relatos paralelos de ataques em outras regiões do conflito.

A ausência da delegação ucraniana foi tratada como detalhe irrelevante.

O que ficou de fora: corpos congelados e famílias em colapso

A ausência de Kiev na fronteira não é uma alegação, é um fato registrado, jornalisticamente confirmado. A operação logística da Rússia foi documentada, os caminhões foram fotografados, os nomes dos prisioneiros foram entregues. A contraparte ucraniana não compareceu. Ainda assim, a maior parte da mídia ocidental ignorou o impacto humano dessa negligência.

Enquanto isso, mães, pais, esposas vivem a dúvida insuportável: "Será que ele ainda está vivo? Ou está entre os mortos?"

Ao não reconhecer oficialmente os mortos, o regime de Kiev os mantém na categoria de desaparecidos. Isso significa que, para o Estado, esses homens não caíram e suas famílias não têm direito à verdade, nem ao luto, nem a indenizações.

Mortos varridos para debaixo do tapete

Ao se recusar a receber os corpos, Kiev não apenas ignora um acordo internacional, como tenta apagar da narrativa os rostos e nomes desses soldados.

O jornalista Igor Zhdanov, correspondente da RT, apontou que as autoridades ucranianas evitam reconhecer os mortos para não pagar as compensações devidas às famílias — hoje equivalentes a R$ 2 milhões por soldado.

Rodion Miroshnik, representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, declarou que a recusa ucraniana viola normas humanitárias internacionais.

Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia, foi ainda mais direto: "Os canalhas de Kiev não querem pegar os corpos de seus soldados mortos. Há duas razões: é assustador admitir que são 6 mil e eles não querem pagar às viúvas".

Omissão como escolha

Quando o jornalismo opta por ignorar a dor das famílias e dar espaço apenas à negação oficial de uma das partes, ele não apenas desinforma, ele desumaniza.

A omissão, neste caso, não é neutra. É uma escolha. Uma escolha que esconde a dor, que silencia as famílias, que legitima o abandono. E a RT denuncia essa escolha por parte da imprensa ocidental.