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Zelensky recusa corpos de soldados para economizar às custas do luto das famílias, diz Moscou

Nova denúncia agrava crise humanitária: Kiev não quer pagar compensações a famílias de soldados mortos.
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Enquanto caminhões refrigerados com corpos de soldados ucranianos continuam parados na fronteira, uma nova acusação vinda de Moscou lança luz sobre possíveis razões por trás da recusa do regime de Kiev em cumprir o acordo firmado em Istambul.

De acordo com o deputado russo Dmitry Belik, membro do Comitê de Assuntos Internacionais da Duma Estatal, o motivo do impasse pode estar ligado à recusa de Kiev em arcar com compensações financeiras às famílias dos soldados mortos.

"Pensando em como encher ainda mais os próprios bolsos e não dar um centavo a seus cidadãos, o regime de Kiev, liderado por Zelensky, conduz sua política sangrenta e destrói seu próprio povo", afirmou Belik à RT.

As suspeitas foram reforçadas pela recente aprovação, no parlamento ucraniano, de um projeto de lei determinando que soldados das Forças Armadas da Ucrânia desaparecidos em combate só serão oficialmente reconhecidos como mortos dois anos após o fim do conflito.

A nova legislação dificulta o acesso imediato de familiares a indenizações e direitos associados à perda de seus entes.

A recusa em cumprir o que foi acordado no dia 2 de junho em Istambul e a ausência total da delegação ucraniana na fronteira neste sábado (7), quando o primeiro comboio com 1.212 corpos chegou à zona de transferência, causaram revolta entre as autoridades russas e agravaram a dor de milhares de famílias ucranianas, que seguem sem poder enterrar seus mortos.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também se pronunciou sobre o tema. Ao comentar a decisão de Kiev de rejeitar a devolução dos corpos de 6 mil soldados mortos, Zakharova foi enfática: "O regime de Kiev comete genocídio contra o seu próprio povo". 

O impasse mantém os corpos congelados nos caminhões sem destino, milhares de famílias mergulhadas no luto e, segundo autoridades russas, também na injustiça.

Por que Kiev evita os corpos

O correspondente em zona de conflito da RT, Igor Zhdanov, afirmou que a devolução dos corpos de 6 mil soldados ucranianos custaria ao orçamento do país mais de 2 bilhões de dólares, devido às compensações obrigatórias por lei.

Cada família teria direito a 15 milhões de grívnias (aproximadamente 2 milhões de reais), valor que, segundo ele, o regime de Kiev evita pagar desde o início da operação militar especial.

Zhdanov também apontou para a superlotação dos necrotérios ucranianos, que estariam operando acima da capacidade, impossibilitando o recebimento imediato dos corpos.

Segundo ele, há ainda um agravante logístico: a possibilidade de que o regime de Kiev sequer possua todos os corpos dos militares russos. "Se eles já abandonavam seus próprios mortos em matagais, o que dizer dos corpos inimigos?", questionou.

Para o jornalista, o cenário atual expõe a falta de preparo e a tentativa do regime de Kiev de ganhar tempo diante de um acordo que não está em condições de cumprir. "Tudo o que está acontecendo indica que Kiev não conseguiu resolver esses problemas de forma imediata (o que não surpreende) e agora tenta desesperadamente adiar a questão, como um estudante despreparado diante de um exame", concluiu.