Uma mulher de 34 anos foi resgatada após fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Ela viveu por 22 anos em condições análogas à escravidão no bairro Ponta Negra, em Manaus, informou o ministério do Trabalho e Emprego na sexta-feira (6).
A vítima, de nome não identificado, começou a trabalhar como doméstica aos 12 anos, sob a promessa de cuidar de uma idosa e receber educação, mas acabou submetida a uma rotina exaustiva sem vínculo formal e sem remuneração adequada. Seu pagamento era limitado a moradia, alimentação e pequenos valores esporádicos.
"Ela nunca frequentou a escola e vivia em um quarto sem guarda-roupa, sem ar-condicionado e sem condições mínimas de higiene e cuidado. Em depoimento, relatou aos auditores fiscais do Trabalho que chegou a trabalhar descalça e, em determinado período, não tinha sequer xampu à disposição", informou a nota do Ministério do Trabalho e Emprego.
Durante todo o período, a vítima permaneceu confinada em um quarto sem ventilação, em condições precárias, e submetida a jornadas extensas de trabalho.
Além do Ministério do Trabalho, o resgate ocorreu por meio de uma ação conjunta entre o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Federal e a Defensoria Pública da União. Após o resgate, a trabalhadora recebeu atendimento psicossocial da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC) e foi reintegrada à sua família biológica.