A Volkswagen começou nesta semana a acelerar o corte de profissionais em sua sede na Alemanha. Cerca de 20 mil funcionários já aderiram ao plano de demissão voluntária lançado pela montadora, que pretende enxugar 35 mil postos até o fim da década. O número representa quase 27% dos 130 mil empregados que hoje trabalham na matriz, conforme informou a mídia local.
O pacote de cortes surge como resposta a uma combinação de fatores: custos operacionais elevados, perda de competitividade e a fraca demanda por carros elétricos. A direção da empresa, que também controla marcas como Audi, Skoda e Porsche, tenta evitar medidas mais drásticas como o fechamento de fábricas.
Após meses de negociações, a montadora chegou a um acordo com os sindicatos para viabilizar os desligamentos por meio de aposentadorias antecipadas, incentivos à saída e redução de jornada para trabalhadores próximos da aposentadoria. Até mesmo funcionários mais jovens poderão aderir ao programa de forma voluntária.
"Com um progresso mensurável nos custos da fábrica em Wolfsburg e cortes de empregos socialmente responsáveis só nas 6 unidades alemãs da Volkswagen, estamos acelerando nossa transformação", afirmou Gunnar Kilian, diretor de Relações Humanas da Volkswagen e integrante do conselho. "Cerca de 20.000 demissões da empresa até 2030 já foram contratualmente acordadas", acrescentou.
A proposta visa aliviar o caixa da empresa e preservar parte dos empregos, em um momento em que a indústria automotiva europeia enfrenta uma transição tecnológica sem precedentes, marcada pela eletrificação dos veículos e pela ascensão da concorrência asiática.
Embora a meta final ainda esteja distante, o número expressivo de adesões já no início do plano sinaliza que a Volkswagen está determinada a reconfigurar sua estrutura para enfrentar um novo ciclo no setor. Por ora, os cortes estão concentrados na Alemanha, e ainda não há definição sobre impactos em unidades da companhia fora do país.