Putin: regime ucraniano não precisa de paz, pois para eles paz significa perda de poder

O presidente russo observou que Kiev está sofrendo enormes perdas e recuando ao longo de toda a linha de frente.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, denunciou nesta quarta-feira (4) que o que aconteceu na província de Bryansk, onde uma ponte desabou em uma linha férrea na noite do último sábado após ser explodida, foi um ataque "direcionado a civis" que, de acordo com todas as normas do direito internacional, é classificado como terrorismo.

"Todos os crimes cometidos contra a população civil, incluindo mulheres e crianças, às vésperas da próxima rodada de negociações de paz proposta por nós em Istambul, tinham o objetivo claro de interromper o processo de negociação. Os ataques contra civis foram deliberados", disse ele.

"E isso só confirma nosso temor de que o regime já ilegítimo de Kiev, que uma vez tomou o poder, está gradualmente se degenerando em uma organização terrorista e seus patrocinadores estão se tornando colaboradores de terroristas",afirmou.

Putin lembrou que "não faz muito tempo que as autoridades ucranianas e seus aliados sonhavam com a derrota estratégica da Rússia no campo de batalha" e que hoje as tropas ucranianas estão recuando "ao longo de toda a linha do front", sofrendo "enormes perdas", e que diante desse resultado, "os altos escalões do poder em Kiev se voltaram para a organização de ataques terroristas", explicou.

A Ucrânia, por sua vez, está pedindo o fim dos combates por 30 ou até 60 dias e uma reunião no mais alto nível, disse o presidente russo, que não vê a possibilidade de tal encontro nessas condições.

"Quem negocia com aqueles que estão apostando no terror, com os terroristas?", indagou. 

Putin não vê razão para dar a eles uma trégua nos combates, "que será usada para abastecer o regime de Kiev com armamentos ocidentais, para continuar a mobilização forçada e a preparação de novos ataques terroristas semelhantes aos que foram perpetrados nas províncias de Bryansk e Kursk".

O presidente também comentou sobre a recusa do regime ucraniano de um cessar-fogo de dois ou três dias por motivos humanitários. "Essa não é a primeira vez que isso acontece", observou.

"Isso não nos surpreende, mas nos convence de que o atual regime de Kiev não precisa de paz de forma alguma. Muito provavelmente, a paz significa para eles a perda de poder, e o poder para esse regime parece ser mais importante do que a paz e a vida das pessoas que ele aparentemente não considera suas", acrescentou.