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PGR pede prisão preventiva de Zambelli após viagem à Europa

Deputada foi condenada por tentativa de invasão ao CNJ; defesa abandonou o caso após anúncio da viagem
PGR pede prisão preventiva de Zambelli após viagem à EuropaLula Marques/ Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (3), a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), informou a imprensa.

A solicitação foi feita após a congressista deixar o Brasil rumo à Europa, dias depois de ser condenada a 10 anos de prisão por tentativa de invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão agora está nas mãos do STF.

Zambelli declarou estar fora do país para realizar um tratamento de saúde. Em entrevista a imprensa, afirmou estar na Itália. Já seu marido, em outra declaração, disse que o casal estaria nos Estados Unidos e que viajaria para a Itália nos próximos dias.

A deputada confirmou que está fora do Brasil "há alguns dias" e declarou: "Não quero fazer o discurso de política perseguida. Quero fazer o discurso de uma pessoa que renasceu aqui fora e quer lutar para que o país volte a ser o que era antes". A fala foi feita à rádio AuriVerde Brasil.

Zambelli disse que pretende solicitar uma licença não remunerada da Câmara, semelhante à medida adotada por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em março. No entanto, se esgotados os recursos da condenação, ela poderá perder o mandato.

Horas após a divulgação de sua viagem, o advogado Daniel Bialski anunciou que deixou a defesa da parlamentar. Em nota, informou: "Eu fui apenas comunicado pela Deputada que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde. Contudo, por motivo de foro íntimo, estou deixando a defesa da Deputada, como já lhe foi comunicado. Agora, detalhes sobre ela devem ser requisitados à assessoria da Deputada".

A condenação de Zambelli

Zambelli foi condenada por unanimidade pela 1ª Turma do STF no dia 14 de maio. A deputada e o hacker Walter Delgatti Neto foram responsabilizados por invadir os sistemas do CNJ e tentar emitir, de forma fraudulenta, um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com a denúncia da PGR, Zambelli teria comandado a ação criminosa, que foi executada por Delgatti. O hacker foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão no mesmo processo.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou pela perda do mandato de Zambelli, além de declarar sua inelegibilidade por oito anos. A cassação do mandato ainda depende de decisão da Mesa Diretora da Câmara, e só será efetivada após o fim dos recursos.

A defesa de Zambelli recorreu da decisão, alegando cerceamento de defesa e contestando o pagamento da indenização.