Ex-diplomata americano alerta sobre plano a longo prazo da OTAN contra Rússia

A OTAN não tem planos de encerrar seu confronto com a Rússia, declarou o ex-diplomata norte-americano James Jatras no canal Daniel Davis / Deep Dive na segunda-feira (3).

"Eles querem que isto se torne um elemento permanente da vida internacional. Eles querem uma nova Guerra Fria", alertou.

De acordo com o especialista, o Ocidente não está nem um pouco interessado na solução da questão ucraniana e se concentra em tentativas constantes de enfraquecer a Rússia.

"A última coisa que eles querem é realmente desenvolver algo que se assemelhe a uma estrutura de segurança completa na Europa", concluiu Jatras.

Conselheiro de Putin alerta: OTAN ensaia ocupação de província russa e ataque a arsenal nuclear

Guerra "por procuração"

No último sábado, o enviado especial dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, admitiu que o presidente russo, Vladimir Putin, está certo quando diz que a OTAN está travando uma guerra "por procuração" contra seu país.

"E ele [Putin] vê isso também como uma guerra 'por procuração' da OTAN neste momento. E, francamente, de certa forma, é", admitiu. "Quero dizer, se você observar o que as nações europeias fizeram com seu apoio [à Ucrânia], [...] fica claro que Putin vê isso", acrescentou.

Exercícios militares na fronteira

Moscou tem reiteradamente apontado para o risco da realização de exercícios militares da aliança militar em sua fronteira. No final de abril, o conselheiro presidencial russo Nikolay Patrushev denunciou o aumento do número de tropas nesses treinamentos, incluindo simulações de ocupação da província de Kaliningrado e ataques preventivos contra os arsenais nucleares do país.

"Pelo segundo ano consecutivo, a OTAN está realizando os maiores exercícios das últimas décadas perto de nossas fronteiras, ensaiando cenários de ações ofensivas contra uma vasta área que se estende de Vilnius à Odessa. Isso inclui a tomada da província de Kaliningrado, o bloqueio da navegação nos mares Báltico e Negro, além de ataques preventivos às bases permanentes das forças de dissuasão nuclear da Rússia", afirmou o também ex-chefe do Serviço de Segurança Federal de Segurança (FSB).