O maior banco da Rússia, o Sber (antigo Sberbank), lançou títulos vinculados ao Bitcoin, segundo anúncio no site do banco. Com o novo produto financeiro, o investidor pode obter renda tanto da variação futura do valor do bitcoin quanto de uma eventual variação da taxa de câmbio dólar-rublo.
Segundo o banco, os investidores não precisarão abrir carteiras de criptomoedas nem usar plataformas estrangeiras não regulamentadas para adquirir o título, já que todas as transações ocorrerão em rublos "dentro dos sistemas legais e de infraestrutura da Rússia".
A medida segue a orientação do Banco Central da Rússia, que em 28 de maio autorizou instituições financeiras a oferecer derivativos vinculados a criptomoedas, títulos e ativos digitais para investidores qualificados.
O banco central ressaltou, porém, que esses instrumentos não devem envolver a entrega real de tokens de criptografia e propôs um programa piloto que limita as transações diretas de criptomoedas a categorias específicas de investidores.
Várias instituições financeiras, como o T-Bank e o Alfa Bank, também passaram a oferecer produtos vinculados a ativos digitais logo após o anúncio do órgão regulador.
A Rússia adota uma postura cautelosa, mas que evolui gradualmente em relação às criptomoedas. Embora os ativos digitais não sejam reconhecidos como moeda de curso legal no país, o governo tem avançado na regulamentação do seu uso. Uma lei aprovada no ano passado proibiu a publicidade de criptomoedas para o público em geral e restringiu os serviços que facilitam as transações com esses ativos.
Outra medida classificou as moedas digitais como propriedade, sujeitando-as ao imposto de renda. Ao mesmo tempo, o país legalizou a mineração de criptomoedas, embora ela continue restrita em regiões com déficit de energia até 2031.
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