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Estratégia israelense inclui bombardeios a escolas em Gaza, afirma The Guardian

Ao menos seis escolas foram atingidas; outras quatro foram marcadas como alvos.
Estratégia israelense inclui bombardeios a escolas em Gaza, afirma The GuardianGettyimages.ru / Moiz Salhi/Anadolu

Uma série de ataques aéreos letais contra escolas que abrigavam civis deslocados na Faixa de Gaza faz parte de uma estratégia deliberada das Forças de Defesa de Israel (FDI), informou o jornal The Guardian.

Ao menos seis escolas foram atingidas nos últimos meses, resultando na morte de mais de 120 pessoas, segundo fontes com conhecimento da estratégia militar israelense.

De acordo com a reportagem publicada nesta segunda-feira (2), outras quatro escolas foram identificadas como potenciais alvos: Halawa, al-Rafaa'i, Nusiba e Halima Sa'dia, todas localizadas em ou nas proximidades de Jabaliya, no norte de Gaza.

Não está claro se essas escolas ainda funcionam como abrigos para civis, embora duas delas já tenham sido danificadas anteriormente por ataques.

As mudanças ocorreram após o afrouxamento dos controles sobre as ações do IDF em locais com grande presença de civis. Fontes militares afirmaram ao jornal britânico que escolas, hospitais e prédios municipais foram classificados como "centros pesados", por supostamente abrigarem militantes do Hamas juntamente com civis.

Quatro pessoas teriam morrido em mais um ataque israelense a uma escola usada como abrigo, em Deir al-Balah, no centro de Gaza.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram o que seria a escola al-Aishiya, atingida por um bombardeio. As FDI confirmou ter atacado um "local usado por terroristas", sem nomear a escola ou apresentar provas, alegando ter tomado medidas para reduzir danos a civis.

O ataque mais mortal ocorreu em 25 de maio, quando ao menos 54 pessoas que dormiam na escola Fahmi al-Jarjawi foram mortas.

Questionado pelo The Guardian sobre as operações planejadas contra escolas, um porta-voz do IDF afirmou que age com base em necessidade militar e em conformidade com o direito internacional. Ele acusou o Hamas de usar escolas para fins militares, construindo estruturas subterrâneas e mantendo reféns nesses locais.

Avaliações recentes da ONU indicam que 95% das escolas de Gaza foram danificadas desde o início da ofensiva israelense, e cerca de 400 sofreram "acertos diretos", segundo o levantamento. 

Juliette Touma, diretora de comunicações da UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos, declarou ao jornal britânico que as escolas "devem ser sempre protegidas e nunca devem ser atingidas ou usadas para fins militares ou de combate".

"Infelizmente, as escolas têm sido atacadas repetidas vezes nos últimos 20 meses. É uma grave violação do direito internacional e dos direitos da criança", disse ela.