
Reino Unido classifica Rússia como uma 'ameaça direta e presente'

O Reino Unido anunciou nesta segunda-feira (2) uma nova Revisão Estratégica de Defesa, reforçando a postura militar alegando uma suposta ameaça crescente da Rússia, informou a Sky News.
Durante visita ao estaleiro da BAE Systems, na Escócia, o primeiro-ministro Keir Starmer apresentou um pacote de medidas que inclui a modernização de armamentos, ampliação de capacidades nucleares e criação de fábricas de munição.

Para o governo britânico, a Rússia representa uma "ameaça direta e presente", a maior ao país desde a Guerra Fria, tendo potencial de atuação em áreas como espaço, ciberespaço, operações de informação, guerra submarina e uso de armas químicas e biológicas.
O relatório da nova revisão estratégica alerta ainda para a possibilidade de que, mesmo em caso de cessar-fogo na Ucrânia, Moscou consiga recuperar rapidamente seu poder militar.
As medidas anunciadas preveem a construção de novos submarinos de ataque, um programa para desenvolvimento de ogivas nucleares, sistemas de defesa antimísseis e seis novas fábricas de munições, além de um plano para tornar o exército britânico "dez vezes mais letal até 2035". O governo também reafirmou seu compromisso com a OTAN e pretende elevar os gastos em defesa para 2,5% do PIB até 2027.
Apesar do tom alarmista adotado por Londres, os críticos sugerem que a narrativa pode servir à ampliação do orçamento militar e à consolidação da política interna de Starmer.
O jornalista irlandês Chay Bowes ironizou o plano, afirmando que "a Grã-Bretanha perderia em 24 horas" em caso de confronto direto com a Rússia. Já o político francês Florian Philippot acusou Starmer de alimentar uma possível escalada para uma guerra mundial.
Posição russa
Anteriormente, a Embaixada da Rússia em Londres declarou que Moscou não representa uma ameaça ao povo britânico, não abriga intenções agressivas e não tem planos de atacar o Reino Unido.
"Sem dúvida, a Grã-Bretanha tenta hoje se colocar na linha de frente da russofobia na Europa. Ao se envolver na crise militar ucraniana, Londres busca não apenas reforçar sua presença geopolítica, mas também abrir caminho para novos mercados, ampliar sua influência no continente e garantir o acesso facilitado a recursos estratégicos", avaliou o cientista político Ivan Mezyukho em entrevista à RT no dia 6 de maio.

