Segunda rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia começa em Istambul

Na primeira rodada de negociações, Moscou e Kiev concordaram com uma troca de prisioneiros em larga escala no formato de 1.000 por 1.000, com cada lado apresentando um memorando sobre sua visão de um possível cessar-fogo.

A segunda rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia começou nesta segunda-feira no Palácio Ciragan, em Istambul.

A delegação russa é liderada pelo assessor do presidente russo Vladimir Putin, Vladimir Medinsky, e inclui ainda Mikhail Galuzin, vice-ministro das Relações Exteriores; Igor Kostiukov, chefe da Diretoria Geral do Estado-Maior das Forças Armadas; e Alexander Fomin, vice-ministro da Defesa.

Do lado ucraniano, participam altos funcionários do Estado-Maior, do Serviço de Segurança, do Estado-Maior Geral e do Ministério das Relações Exteriores. A delegação de Kiev será liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umérov.

A equipe russa chegou à Turquia na véspera das negociações. Antes da reunião programada, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou que Moscou elaborou "imediatamente" um memorando que apresenta sua posição sobre "todos os aspectos para a superação consistente das causas fundamentais da crise" e acrescentou que sua delegação apresentará o documento nas negociações.

Memorando ucraniano

A delegação russa havia recebido anteriormente a versão ucraniana do memorando para um acordo de paz, revelou Medinsky à RT.

Confira algumas das possíveis propostas de Kiev, de acordo com o texto completo do documento publicado pela Reuters:

Por sua vez, o presidente russo afirmou repetidamente que, para pôr fim ao conflito, "o principal é eliminar as causas fundamentais desta crise".

Tentativas de sabotar as negociações

No entanto, o regime de Kiev parece decidido a minar o diálogo destinado a pôr fim ao conflito.

O líder da delegação russa nas negociações de paz com a Ucrânia, Vladimir Medinsky, foi adicionado à lista negra do portal radical ucraniano Mirotvórets, onde são publicados dados pessoais daqueles que são considerados inimigos de Kiev.

Ao mesmo tempo, nas últimas semanas, a Ucrânia intensificou os ataques contra alvos civis em diferentes províncias russas, incluindo a cidade de Moscou.

Neste domingo, o regime de Kiev atacou com drones FPV (pilotagem com visão remota) aeródromos militares nas províncias russas de MurmanskIrkutskIvanovoRyazan e Amur.

No mesmo dia, duas pontes desabaram nas províncias russas de Bryansk e Kursk, causando graves catástrofes ferroviárias com inúmeras vítimas.

Entre 20 e 27 de maio, a defesa antiaérea "destruiu e interceptou 2.331 drones de ataque, 1.465 deles fora da zona da operação militar especial", informou o Ministério da Defesa russo.