Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, reagiu às crescentes tensões entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o governo norte-americano.
''Ora, que história é essa de os Estados Unidos quererem negar [visto de entrada no país para autoridades brasileiras, como Moraes] alguma coisa e criticar a Justiça Brasileira? Eu nunca critiquei a Justiça deles. Eles fazem tanta barbaridade e eu nunca critiquei. Faz tantas guerras. Mata tanta gente. Por que ele vão querer criticar o Brasil?", afirmou Lula no domingo (1), citado pelo portal Poder360.
As declarações foram proferidas durante a convenção nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB), do qual o vice-presidente Geraldo Alckmin é membro. Na ocasião, Lula também defendeu as ações do ministro contra "um cara brasileiro'' que ''está lá nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro''.
De acordo com a apuração do veículo, as declarações de Lula podem ser uma alusão tanto ao jornalista Allan dos Santos, que teve o bloqueio das redes sociais determinado por Moraes, quanto ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que reside na Flórida e é alvo de inquérito do STF.
Relembre:
Em maio, o Departamento de Justiça dos EUA enviou uma carta a Alexandre de Moraes, repreendendo o ministro em relação à sua ordem que instrui a plataforma Rumble a bloquear contas de usuários específicos. O documento argumenta que, embora Moraes tenha a autoridade para aplicar leis no Brasil, ele não pode exigir que empresas nos Estados Unidos adotem medidas específicas.
No mesmo mês, o secretário de Estado Marco Rubio declarou que há uma "grande possibilidade" de o ministro do STF ser punido com base na Lei Magnitsky.
A afirmação foi feita durante sessão do Comitê de Relações Exteriores da Câmara. O deputado republicano Cory Mills questionou Rubio sobre a possibilidade de sanções a Moraes, ao afirmar que o Brasil passa por um "alarmante retrocesso nos direitos humanos".
Mills também sugeriu que o ex-presidente Jair Bolsonaro pode se tornar um preso político.
Rubio respondeu: "Isso está sendo analisado neste momento, e há uma grande, grande possibilidade de que aconteça". O senador não detalhou o estágio do processo.