Embaixador dos EUA em Israel faz provocação à França por querer reconhecer Estado palestino

A França poderia abrir mão de parte do seu próprio território, propôs de forma provocativa o embaixador americano em Israel, Mike Huckabee, em entrevista recente à Fox News.

A provocação veio em meio a uma rejeição aos esforços franceses, que ele classificou como "repugnantes".

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"Se a França está realmente tão determinada a ver um Estado palestino, tenho uma sugestão para eles: que separem uma parte da Riviera Francesa e criem um Estado palestino lá", afirmou Huckabee, dizendo que são "bem-vindos" a fazê-lo.

Pressionando contra o reconhecimento de um Estado para os palestinos na Palestina, ele destacou que os franceses "não são bem-vindos para impor esse tipo de pressão sobre uma nação soberana [Israel]".

Rejeição dos "dois Estados"

A declaração reforça a oposição à conferência que França e Arábia Saudita planejam realizar em Nova York ainda neste mês para pressionar por uma solução de dois Estados, com Paris podendo formalizar o reconhecimento do Estado palestino.

O presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu que o reconhecimento da Palestina poderia facilitar avanços diplomáticos, incluindo maior aceitação de Israel.

A proposta, porém, enfrentou resistência israelense. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alegou em conversa com Macron que a medida “beneficiaria o Hamas e o Irã”.

Já o chanceler israelense, Gideon Saar, ameaçou que Tel Aviv tomará medidas caso outros países avancem no reconhecimento.

Huckabee afirmou que a iniciativa francesa é "incrivelmente inadequada no meio de uma guerra que Israel está enfrentando", citando que a operação do Hamas de 7 de outubro "mudou muitas coisas" e fortaleceu a recusa israelense em reconhecer a Palestina durante o conflito.

E outros países?

Segundo a Al Jazeera, o Estado palestino é reconhecido por 147 dos 193 países-membros da ONU, cerca de 76% do total.

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O Brasil, que reconhece oficialmente o Estado palestino desde 2010, defende a "solução de dois Estados" como única saída viável para o conflito, conforme o chanceler Mauro Vieira.

Em 25 de maio, Vieira participou de reunião com representantes de 20 países em Madri para discutir a criação do Estado palestino.

No domingo (1º), o presidente Lula, durante convenção do PSB, voltou a classificar as ações de Israel em Gaza como genocídio, gerando forte reação da comunidade israelense.

A Rússia, por sua vez, apoia a proposta de "dois Estados para dois povos" e descreve a situação em Gaza como "catástrofe humanitária", além de enviar ajuda humanitária à região.