Suprema Corte dos EUA autoriza Trump a revogar status legal de 500 mil imigrantes

Os afetados são cidadãos de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela que se beneficiaram das medidas promovidas pelo governo Biden.

Nesta sexta-feira (30), a Suprema Corte dos Estados Unidos atendeu a um pedido de emergência do Departamento de Segurança Interna (DHS), permitindo que o governo do presidente Donald Trump cancele o status legal temporário de mais de 500 mil migrantes de Cuba, Haiti, Nicarágua e Venezuela.

Revogação atinge imigrantes de países em crise humanitária

Os imigrantes que tiveram seus vistos revogados haviam sido beneficiados por medidas humanitárias implementadas durante a gestão do ex-presidente Joe Biden e são provenientes de nações afetadas por graves crises. Agora, a corte autorizou o DHS a desafiar uma decisão anterior de um juiz de Massachusetts que exigia avaliações individuais para cada caso ao invés de uma revogação em massa.

Segundo o New York Times, a decisão não foi unânime, com dois juízes se opondo à decisão. Ketanji Brown Jackson alertou que o tribunal ignorou "as consequências devastadoras de permitir que o governo encerrasse abruptamente a vida e o sustento de quase meio milhão de pessoas".

Medida reforça plano de deportações em massa

O caso envolve o mecanismo de liberdade condicional humanitária que permite a entrada temporária de imigrantes com autorização de trabalho desde que tenham um patrocinador privado.

No início de maio, os juízes já haviam autorizado a remoção da proteção de cerca de 350 mil venezuelanos sob o Status de Proteção Temporária (TPS).

Embora a permissão humanitária e o TPS sejam instrumentos distintos, as duas decisões deste mês consolidam o avanço do plano de deportações em massa do governo Trump, afetando centenas de milhares de pessoas que fugiram de crises em seus países.