
China cria primeiro sistema de inteligência artificial que identifica ogivas nucleares

Cientistas chineses desenvolveram um sistema de inteligência artificial capaz de distinguir ogivas nucleares reais de iscas, segundo o jornal South China Morning Post nesta sexta-feira (30).
Trata-se da primeira solução do mundo baseada em IA voltada à verificação e controle de armas.

O sistema foi criado por uma equipe do Instituto de Energia Atômica da China (CIAE), ligado à Corporação Nuclear Estatal da China (CNNC), uma das principais instituições científicas do país.
De acordo com os pesquisadores, a tecnologia pode fortalecer a posição de Pequim em negociações de desarmamento atualmente estagnadas e reacender o debate sobre o uso da IA na gestão de armas de destruição em massa.
O diferencial do sistema está na capacidade de verificar reações em cadeia — base das armas nucleares — sem revelar o projeto da ogiva. A IA desconhece detalhes de engenharia, mas consegue avaliar a autenticidade por meio de sinais de radiação parcialmente ocultos, segundo o jornal.
O projeto enfrentou três grandes desafios: usar dados nucleares sigilosos no treinamento da IA, garantir aos líderes militares que o sistema não compromete segredos tecnológicos e convencer países céticos, sobretudo os Estados Unidos, a abrir mão de métodos de verificação da Guerra Fria. Até o momento, apenas a primeira etapa foi concluída.
Para proteger informações confidenciais, um escudo de polímero é colocado entre o sistema e a ogiva, bloqueando a geometria do objeto, mas permitindo a passagem dos sinais de radiação. Isso permite que o sistema determine a autenticidade sem revelar dados técnicos.
