O alto representante da União Europeia para Assuntos Externos e Política de Segurança, Josep Borrell, pediu nesta quinta-feira que os governos europeus "não assustem" seus cidadãos com propostas de envio de tropas para lutar em favor da Ucrânia.
"Acreditando na paz, apoiamos a Ucrânia. Não fazemos parte dessa guerra, apenas apoiamos a Ucrânia", afirmou Borrell aos repórteres antes do início da cúpula da UE em Bruxelas. Além disso, ressaltou que o bloco precisa "se preparar para o futuro", aumentando sua capacidade de defesa e sua indústria de armas.
"Mas não assuste as pessoas desnecessariamente: a guerra não é iminente. O que é iminente é a necessidade dos ucranianos de que os apoiem. Não se trata de ir para morrer por Donbass, se trata de apoiar os ucranianos para que não sejam mortos em Donbass", enfatizou.
Tropas europeias na Ucrânia
As observações do alto funcionário foram feitas em meio a crescentes pedidos para que tropas europeias sejam enviadas ao território ucraniano. No final de fevereiro, o presidente francês, Emmanuel Macron, declarou queo envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deveria ser descartado, gerando polêmica na UE. O mandatário insistiu em sua ideia, indicando que "a Rússia não pode nem deve vencer essa guerra".
Na terça-feira, o Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia (SVR, em suas siglas em russo) informou que Paris já está se preparando para enviar um contingente de cerca de 2 mil soldados franceses para a Ucrânia. Além disso, detalhou que os militares franceses temem que uma unidade tão grande não pode ser deslocada para o país discretamente, o que se tornará um "alvo legítimo e prioritário" para os ataques russos.