Nesta quinta-feira (29), o Representante Permanente da Rússia na Organização das Nações Unidas (ONU), Vasily Nebenzya, afirmou que o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, teme as futuras eleições e a paz que poderão afastá-lo do poder após o fim do conflito.
"A ditadura que foi estabelecida em Kiev e o desejo do caducado príncipe de Kiev de manter o poder a qualquer custo, que ele perderá com o advento da paz, são muito óbvios", declarou Nebenzya.
De acordo com diplomata, o receio de Zelensky estaria ligado à possibilidade de enfrentar as urnas após o conflito armado com Moscou: "Seu principal medo são as eleições, nas quais ele e seus capangas terão que responder por não cumprir as promessas de paz com a Rússia, proteger os direitos dos ucranianos de língua russa e respeitar os direitos e liberdades de todos no país".
Segundo o representante russo, a postura do líder de Kiev transformou o país em um "campo de concentração e um moedor de carne".
Corrupção ucraniana
Nebenzya também acusou a administração de Zelensky de usar o conflito para ocultar casos de corrupção. De acordo com ele, a equipe do líder ucraniano se esconde por trás da ameaça russa para evitar a responsabilidade sobre a gestão de recursos públicos e da ajuda internacional, sobretudo dos Estados Unidos, que já ultrapassa "dezenas, se não centenas, de bilhões de dólares".
O representante russo afirmou ainda que os aliados ocidentais também se beneficiam da prolongação do conflito. "Portanto, a principal tarefa deste grupo de militaristas é impedir que o principal acionista, os Estados Unidos, abandone o projeto geopolítico 'Ucrânia e anti-Rússia' e prolongar a guerra o máximo possível", concluiu, ressaltando que a nova administração americana "abriu os olhos" para a verdadeira face do regime de Zelensky.
Acusações mentirosas
Durante a sessão, o representante da Rússia afirmou que há uma tentativa de distorcer a realidade ao atribuir a Moscou ataques deliberados contra áreas residenciais na Ucrânia. Segundo ele, essas acusações se baseiam nos danos causados por sistemas de defesa aérea ucranianos, que estariam sendo posicionados em zonas urbanas, próximas a casas e infraestruturas civis, em desacordo com as normas do Direito Internacional Humanitário.
O diplomata sustentou ainda que os alvos dos ataques russos são estritamente vinculados ao setor militar-industrial ucraniano e que essas instalações têm sido neutralizadas com êxito. Ainda assim, acrescentou, esse aspecto é frequentemente ignorado nas narrativas apresentadas por Kiev e seus aliados.
Mandato expirado
O líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, teve seu período no cargo encerrado oficialmente em 20 de maio de 2024, conforme estipulado pela Constituição do país, que prevê um mandato de cinco anos. Ele foi eleito em 2019, em meio a promessas de renovação política.
Pelo calendário constitucional, as eleições presidenciais na Ucrânia deveriam ter sido realizadas em março de 2024. No entanto, Zelensky suspendeu o pleito, alegando a vigência da lei marcial e a mobilização geral decretada em razão do conflito com a Rússia.