Tribunal Federal dos EUA declara como ilegais e bloqueia quase todas as tarifas de Trump

De acordo com o tribunal, o presidente norte-americano ultrapasssou sua autoridade ao impor as barreiras alfandegárias no chamado "Dia da Libertação".

O Tribunal Federal de Comércio Internacional, baseado em Nova York, bloqueou nesta quarta-feira as tarifas promovidas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, anunciadas em seu "Dia da Libertação". A Corte chegou a conclusão de que Trump ultrapassou sua autoridade ao impor tarifas gerais sobre as importações de países que vendem mais do que compram dos Estados Unidos, considerando-as portanto como ilegais.

De acordo com o tribunal, a constituição dos EUA garante ao Congresso do país poderes exclusivos para regulamentar o comércio com outros países, que superam os poderes emergenciais decretados pelo presidente para "proteger a economia americana".

O processo foi promovido pelo Centro de Liberdade e Justiça, em favor de cinco pequenos empresários norte-americanos, que importam bens de países afetados pelas taxas. De acordo com eles, a medida prejudicou seus negócios.

Outras ações

Em abril, 12 estados norte-americanos demandaram ao Governo federal dos EUA, no Tribunal de Comércio Internacional, o rechaço às políticas tarifárias da Casa Branca. Procuradores-Gerais dos estados argumentaram que a aplicação de taxas extras a parceiros comerciais é ilegal e arbitrária, apontando que a medida causou um caos na economia estadunidense. 

A ação sustentou que a política implementada por Trump esteve sujeita aos seus "caprichos mais do que pelo exercício legítimo de sua autoridade".

Os estados que assinaram a ação foram Arizona, Colorado, Connecticut, Delaware, Illinois, Maine, Minnesota, Nevada, Novo México, nova York e Vermont. "Não é apenas economicamente irresponsável - ele é ilegal", declarou em um comunicado a Procuradora-geral do Arizona, Kris Mayes, quem codirigiu a ação junto com outros 11 colegas.