Celso Amorim em Moscou: Brasil apoia todas iniciativas de diálogo na resolução do conflito ucraniano

As declarações do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República foram feitas em Moscou nesta quarta-feira. Amorim está em visita à capital russa para participar da XIII Reunião Internacional de Altos Representantes encarregados de Assuntos de Segurança, realizada de 27 a 29 de maio.

O Brasil defende o diálogo entre as partes na resolução do conflito ucraniano para que seja alcançada uma paz duradoura, declarou o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, nesta quarta-feira (28) em Moscou.  

"Em relação ao conflito na Ucrânia, apoiamos todas as iniciativas de diálogo entre as partes e esperamos que elas contribuam para criar as condições para um cessar-fogo e uma paz duradoura", afirmou o assessor especial.

Amorim lembrou que, no ano passado, com esse objetivo, o Brasil e a China lançaram o Grupo de Amigos da Paz às margens da Assembleia Geral das Nações Unidas. Criado em setembro de 2024, o Grupo de Amigos da Paz é composto por treze países: Brasil, China, África do Sul, Argélia, Bolívia, Cazaquistão, Colômbia, Egito, Indonésia, México, Quênia, Turquia e Zâmbia. Comprometido com a diplomacia e os princípios da Carta das Nações Unidas, o grupo busca resolver disputas internacionais por meio do diálogo, reafirmando a importância do entendimento e da cooperação pacífica entre as nações.

"Esperamos que esse grupo, que hoje é composto por 13 nações do Sul, possa ser ampliado", sublinou.

Nesta quarta-feira (28), Celso Amorim se reuniu em Moscou com o chanceler russo, Sergey Lavrov.Segundo a nota oficial, Lavrov e Amorim discutiram os principais problemas globais "de maneira franca e substancial", dando especial atenção à crise ucraniana.

Amorim declarou ainda que a brutalidade da guerra em Gaza chegou ao limite.

"A necessidade imperativa de um Estado palestino viável, seguro e próspero nunca foi tão clara. A comunidade internacional deve se unir para cumprir essa promessa ao povo palestino", afirmou. 

Reconhecimento do Estado da Palestina

Anteriormente, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza como uma "carnificina" e expressou forte repúdio à escalada da violência contra civis palestinos. Em audiência na terça-feira (20) na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o chanceler cobrou ação da comunidade internacional e reiterou o apoio do Brasil à criação de um Estado palestino independente.

O Brasil, que reconhece oficialmente o Estado da Palestina desde 2010, voltou a defender a "solução de dois Estados" como única alternativa viável para o fim do conflito, conforme mencionou o ministro Mauro Vieira.

Ele também informou que uma nova operação de repatriação de brasileiros está sendo organizada pelo Itamaraty diante do agravamento da crise humanitária na região.