
Maioria dos suprimentos médicos em Gaza está em 'estoque zero', alerta OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou, nesta segunda-feira (26), que 64% dos estoques de equipamentos médicos em Gaza estão completamente esgotados, e que 43% dos medicamentos essenciais — como analgésicos e antibióticos — já não estão disponíveis, segundo a agência Reuters.
O quadro, classificado como "catastrófico", revela o colapso das tentativas de garantir acesso à medicina no território palestino, prejudicadas por oito meses de bombardeios e um bloqueio total contra a ajuda humanitária imposto por Tel Aviv em março.

"Imagine um cirurgião consertando um osso quebrado sem anestesia? Soro intravenoso, agulhas, bandagens — essas coisas não existem em quantidade necessária", disse à imprensa Hanan Balkhy, diretora regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental.
De acordo com ela, 51 caminhões de ajuda humanitária da organização estão retidos na fronteira de Gaza, sem permissão para entrar. Embora Israel tenha autorizado, em 21 de maio, a entrada de 100 caminhões com farinha, comida infantil e equipamentos médicos, nenhum deles era da OMS.
- Israel suspendeu toda a ajuda humanitária ao território em 2 de março, acusando o Hamas de desviar suprimentos — acusação negada pelo grupo palestino.
- Segundo a imprensa, a OMS se recusou a participar de um plano de distribuição de ajuda liderado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), com apoio dos Estados Unidos. A ONU critica a iniciativa, afirmando que a GHF é uma "distração do que é realmente necessário".
- Juliette Touma, diretora de comunicações da UNRWA –,Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo – afirmou que "são necessários de 500 a 600 caminhões (diariamente), no mínimo, que devem entrar em Gaza carregados de suprimentos, não apenas alimentos, mas também remédios e suprimentos médicos".
