
'O Lula cortou': neta engana e rouba avô por 4 anos; desvios chegaram a R$ 200 mil

Uma mulher de 35 anos foi indiciada pela Polícia Civil por desviar cerca de R$ 200 mil da conta do próprio avô em Ponta Grossa, no Paraná. De acordo com as autoridades, os saques frequentes ocorreram ao longo de quatro anos, segundo reportagem da mídia local publicada nesta segunda-feira (26).
"Na cabeça da vítima, o dinheiro estava sendo guardado. Mas, na verdade, ela praticava os desvios sistematicamente", explicou a autoridade responsável pelo caso.

Segundo o delegado Gabriel Munhoz, a neta criou uma personagem fictícia chamada "Jéssica", que se apresentava como funcionária da Caixa Econômica Federal.
Por meio de ligações telefônicas, ela usava o nome da falsa atendente para convencer o avô de que os valores estavam bloqueados por decisões políticas e, em diversas ocasiões, chegou a responsabilizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pelos supostos bloqueios.
"Quando questionada sobre o décimo terceiro salário pelo idoso, afirmava que 'o Lula tinha cortado', evidenciando seu dolo e desprezo pelo avô", afirma Munhoz.
As irregularidades começaram a ser descobertas quando o filho da vítima percebeu que o IPVA do veículo do pai estava em aberto há três anos, apesar de o dinheiro para o pagamento ter sido entregue à neta.
As investigações indicam que, mesmo sem vínculo empregatício, a suspeita usava os valores desviados para sustentar o próprio estilo de vida. Em depoimento à polícia, ela negou envolvimento nas fraudes.
O caso mais grave, segundo o delegado Rodrigo Munhoz, diz respeito a um precatório de R$ 123,8 mil, do qual apenas R$ 14 mil chegaram ao aposentado. O restante, cerca de R$ 109 mil, teria sido desviado pela neta.
"Do valor total do precatório, apenas R$ 14 mil foram efetivamente repassados ao avô, tendo sido informado que o restante estava 'investido' ou 'bloqueado', quando, na verdade, os valores foram sendo retirados ao longo do tempo", explicou Rodrigo.
A mulher foi indiciada por estelionato, com agravante por ter como vítima um idoso. Também recai sobre ela a acusação de crime continuado, já que, de acordo com a Polícia Civil, os desvios ocorreram de forma recorrente ao longo de quatro anos. A pena pode chegar a 10 anos de prisão. Apesar disso, ela responderá ao processo em liberdade.

