Notícias

Conheça o ambicioso plano da Argentina para combater o crime e militarizar a fronteira com o Brasil

O Plano Guacurarí visa combater crimes como tráfico, contrabando e lavagem de dinheiro na divisa com Misiones.
Conheça o ambicioso plano da Argentina para combater o crime e militarizar a fronteira com o BrasilRedes Sociais / @mindefarg

O governo da Argentina aprovou a criação do Plano Guacurarí, uma iniciativa de segurança voltada ao combate do crime organizado na fronteira com o Brasil.

O plano prevê a atuação conjunta das forças federais argentinas por meio de um novo Comando Unificado Guacurarí, que será instalado na região de fronteira seca entre os dois países.

A medida foi publicada no Boletim Oficial do governo argentino. De acordo com o texto, caberá ao Ministério da Segurança realizar a coordenação geral do plano. O objetivo central é "coordenar os desdobramentos especiais entre as forças para restabelecer o controle territorial e garantir a segurança pública na fronteira".

O comando unificado funcionará inicialmente por 180 dias e será composto por representantes da Secretaria de Segurança Nacional, Polícia Federal Argentina, Gendarmaria Nacional, Prefectura Naval Argentina, Polícia de Segurança Aeroportuária e do Serviço Penitenciário Federal.

A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, havia anunciado a proposta em janeiro deste ano.

Por que o plano foi criado?

O Ministério da Segurança da Argentina explica, em anexo ao documento oficial, que a fronteira entre os dois países, especialmente na localidade de Bernardo de Irigoyen, na província argentina de Misiones, "constitui uma área de alta complexidade em termos de segurança, principalmente devido à sua localização estratégica, à vastidão do território e às características do terreno".

A área mencionada compreende cerca de 25 quilômetros lineares de fronteira seca. Segundo o governo argentino, nela ocorrem atividades ilícitas como contrabando, tráfico de drogas, venda de armas, tráfico de pessoas, assassinatos por encomenda e lavagem de dinheiro.

O documento afirma que "a porosidade da fronteira seca, assim como o movimento de todo tipo de mercadorias, torna praticamente impossível para as Forças Federais exercer um controle absoluto e efetivo".

A pasta chefiada por Bullrich aponta ainda que há atuação de facções criminosas brasileiras no território argentino. Entre elas, são citadas organizações como Primeiro Comando da Capital (PCC), Bala na Cara e Comando Vermelho. Para o governo de Buenos Aires, essas influências "representam um desafio considerável para as autoridades e requerem uma ação coordenada e eficaz para abordar sua erradicação".

As ações previstas no plano

O Plano Guacurarí estabelece um conjunto de medidas prioritárias para reforçar o controle da região e combater o crime transnacional:

  • Desarticular redes de contrabando e atividades criminosas transnacionais;

  • Fortalecer a coordenação entre agências de segurança;

  • Enviar pessoal especializado para pontos considerados críticos;

  • Reforçar a vigilância e o controle em toda a zona de fronteira;

  • Ampliar as ações de inteligência e coleta de informações;

  • Garantir a segurança da população local;

  • Melhorar a capacidade de atuação das forças de segurança da região.