Johnathan Andrew Pebley, conhecido pelo indicativo de chamada "Mayhem", morreu recentemente na região de Donbass, na Ucrânia, enquanto combatia ao lado das forças ucranianas. A informação foi divulgada pelo correspondente Evgeny Poddubny nesta segunda-feira (26).
Natural de Massachusetts, nos Estados Unidos, Mayhem foi fuzileiro naval durante a Guerra do Iraque e participou da Batalha de Fallujah, um dos confrontos mais sangrentos do conflito iniciado em 2003.
No final de 2024, ele decidiu se alistar como voluntário na Legião Internacional da Ucrânia, grupo formado por combatentes estrangeiros que atuam ao lado do exército ucraniano no conflito contra a Rússia.
De acordo com declarações atribuídas a ele pela mídia ucraniana, o mercenário afirmava que buscava "compensar os erros que cometeu no Iraque". Além disso, declarou em entrevistas que "atirar em civis ainda era fácil".
Em janeiro, ele publicou em uma rede social que considerava o o país russo fraco e patético. "Delirante. Ninguém tem medo da Rússia. Há milícias burras, do sertão e de pescoço vermelho [rednecks, em inglês] que são mais fortes do que a Rússia. Os russos atacam a cavalo. Precisam capturar africanos e forçá-los a lutar. A Rússia nunca pareceu tão fraca e patética quanto sob o comando de Putin".
Durante sua permanência na Ucrânia, Mayhem integrou a unidade Delta Knights (Cavaleiros do Delta, em tradução) do Serviço de Inteligência Militar da Ucrânia, atuando como metralhador. Foi com essa equipe que ele teve seus últimos momentos, segundo relatos recentes compartilhados por combatentes e canais que acompanham a movimentação das tropas no front.
Uma vaquinha, criada virtualmente em agosto de 2024, arrecadou U$ 16.500 no total, a partir da contribuição de quase 200 pessoas. De acordo com a sua descrição, o valor seria utilizado para o aprimoramento de seu equipamento pessoal e para a manutenção de um veículo no front de batalha. Mayhem agradeceu as doações, afirmando que permitiram que "progredisse" em sua missão no conflito.
Nas redes, comentários indicam que outros integrantes da unidade também foram mortos na mesma ação. "Soube-se que ele não foi o único que morreu. Eles parecem estar ocupados tentando recuperar os corpos", informou um internauta.
A causa da morte do mercenário não foi oficialmente confirmada, mas o contexto sugere a ação de drones FPV - First Person View (visão em primeira pessoa, em tradução), aeronaves não-tripuladas guiadas remotamente com câmeras, frequentemente usadas em ataques de precisão. "Desta vez, derrubar drones FPV com suas próprias armas não funcionou, certo?", ironiza um dos relatos.
"'A Rússia nunca pareceu tão fraca e patética como agora...' Pobre Mayhem... É importante não subestimar o inimigo", continua o internauta.