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Assange e EUA podem chegar a um acordo e encerrar 14 anos de litígio

O Departamento de Justiça dos EUA está considerando permitir que Assange se declare culpado de uma acusação reduzida de manipulação indevida de informações confidenciais, informa o The Wall Street Journal.
Assange e EUA podem chegar a um acordo e encerrar 14 anos de litígioGettyimages.ru / Carl Court

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, está negociando um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado de uma acusação menor em troca de sua libertação de uma prisão em Londres, o que encerraria 14 anos de litígio contra ele, informou nesta quarta-feira o The Wall Street Journal.

Fontes familiarizadas com o assunto disseram ao veículo norte-americano que o Departamento está considerando permitir que Assange se declare culpado de uma acusação reduzida de manipulação indevida de informações confidenciais, reconhecendo os cinco anos que ele passou na prisão de Belmarsh, no Reino Unido, como tempo cumprido.

Se aprovado, o acordo acabaria com as exigências de extradição do ativista para os EUA, onde ele enfrenta 18 acusações e 175 anos de prisão por ter publicado centenas de milhares de páginas de documentos militares secretos e cabos diplomáticos confidenciais no WikiLeaks, altamente prejudiciais às atividades de Washington nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

Entretanto, Barry J. Pollack, advogado que representa Assange nos EUA, refutou as informações sobre as negociações de seu cliente com as autoridades norte-americanas fornecidas pelas fontes do WSJ. "É inapropriado que os advogados de Assange façam comentários enquanto seu caso está sendo julgado pela Suprema Corte do Reino Unido, a não ser para dizer que não recebemos nenhuma indicação de que o Departamento de Justiça pretenda resolver o caso. Os EUA continuam determinados como sempre a buscar sua extradição por todas as 18 acusações, expondo-o a 175 anos de prisão", disse Pollack.

Assange foi detido na prisão londrina de Belmarsh, em 2019, depois que o então presidente do Equador, Lenín Moreno, permitiu sua prisão na Embaixada equatoriana em Londres, onde o jornalista australiano estava asilado há sete anos, desde junho de 2012. Em junho de 2022, o Reino Unido aprovou a extradição de Assange para os EUA e, desde então, o jornalista vem tentando recorrer da decisão do tribunal e impedir sua extradição.