
Haddad comenta 'vai e vem' sobre IOF e diz que reação do mercado foi 'justificável'

Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil, comentou o ''vai e vem'' em relação à tributação de investimentos no exterior feitos por fundos brasileiros em uma entrevista publicada pelo jornal O Globo neste domingo (24).
''Neste momento, foi feita uma avaliação de um tópico que chamou a atenção e que, na nossa opinião, passava uma mensagem equivocada'', explicou Haddad, acrescentando que medidas regulatórias da Fazenda estão sempre sob sua revisão "para atingir os objetivos da política econômica''.
O ministro negou que a medida tinha como objetivo controle de capitais, alegando que ''estabelecer esse tipo de controle nunca esteve no horizonte do governo''.
Nesse contexto, Haddad comparou a resposta do mercado nos últimos dias àquela registrada no final do ano passado, quando o avanço da proposta de isenção do IR para salários de até R$ 5 mil mensais resultou em uma disparada do dólar:

"O que aconteceu em dezembro com a questão do Imposto de Renda não era justificável, porque o projeto está redondo do ponto de vista fiscal. Mas o que aconteceu agora é justificável. Por isso, atendemos prontamente ao pleito depois de uma revisão técnica. É assim que, na minha opinião, devemos proceder", argumentou.
Entenda:
Na quinta-feira (22), Haddad anunciou a decisão de reverter parcialmente o aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Inicialmente, o governo Lula buscava aumentar de 0% para 3,5% a tributação em investimentos de fundos brasileiros no exterior, e de 1,1% para 3,5% sobre remessas internacionais para fins de investimento. Agora, decidiu-se manter as taxas atuais - 0% para investimentos em fundos no exterior e 1,1% para remessas.
"A confusão foi além da Faria Lima e também atingiu o governo. Integrantes do Palácio do Planalto criticaram reservadamente Haddad por não ter discutido uma estratégia de comunicação para evitar ruído", escreve O Globo neste domingo.
A esse respeito, Haddad afirmou que o assunto foi tratado diretamente com Luiz Inácio Lula da Silva, ''na mesa do presidente'', que ''convoca os ministros que considera pertinentes para o caso''.
