O Brasil deve assumir a liderança mundial na produção de soja no biênio 2024/2025, com uma estimativa de 169 milhões de toneladas da commodity. Os dados constam no relatório mensal do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, divulgado em 9 de maio. Segundo o órgão norte-americano, o país responderá por 40,2% de toda a soja colhida no mundo no período.
O levantamento integra o relatório Wasde (Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial, na sigla em inglês), elaborado com base em imagens de satélite, relatórios de campo e análises técnicas sobre as condições produtivas dos países.
As projeções do Wasde são utilizadas globalmente como referência para o mercado de commodities e ajudam a definir expectativas de preço e investimento.
Os dados batem com os projetados e divulgados pela companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o mesmo relatório, os Estados Unidos devem ocupar a segunda colocação no ranking global da soja, com 118 milhões de toneladas, o equivalente a 28% da produção mundial. A Argentina aparece em terceiro lugar, com 49 milhões de toneladas, o que representa 12% do total.
Outros países que figuram no ranking são a China, com 5% da produção global (20,7 milhões de toneladas), e a Índia, com 3% (12,6 milhões). Paraguai, Canadá, Rússia e Ucrânia compartilham uma participação de 2% cada, com volumes entre 7 milhões e 10,2 milhões de toneladas. A Bolívia fecha a lista das dez principais nações produtoras com 1% da produção global, totalizando 3,7 milhões de toneladas.
Para o ciclo seguinte, de 2025/2026, a estimativa dos Estados Unidos para a produção brasileira de soja é ainda maior: 175 milhões de toneladas.
A crescente participação brasileira no mercado global de soja está relacionada à reorganização da cadeia internacional de comércio de commodities.
O site Semafor destaca que o Brasil "emergiu como um dos poucos vencedores" após o pacote tarifário adotado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. As medidas protecionistas impostas por Washington levaram países como China e Japão a buscar outros fornecedores para produtos agropecuários, ampliando o espaço do Brasil nas exportações.
Além da soja, o país também tem negociado a exportação de outros produtos agrícolas com mercados estratégicos da Ásia, aproveitando o redesenho das relações comerciais globais.