EUA anunciam novas sanções contra Cuba; Havana acusa 'interferência externa'

As novas medidas marcam um endurecimento na política americana, enquanto o governo cubano aponta a promoção de uma "guerra híbrida" por Washington.

O chefe da Embaixada dos EUA em Havana, Mike Hammer, anunciou nesta sexta-feira (23) que novas sanções contra Cuba estão prestes a ser implementadas. Segundo ele, as medidas recentes representam apenas o início de uma série de ações planejadas pelo governo americano para atingir o país caribenho, divulgou a agência Reuters.

Hammer afirmou a repórteres em Miami que "as sanções anunciadas nesta quarta-feira foram apenas o começo"

Na quarta-feira (21), o governo Trump anunciou novas sanções, incluindo a proibição de entrada nos Estados Unidos para três juízes cubanos e um promotor.

Hammer tem intensificado suas visitas por várias regiões da ilha, mantendo contato direto com dissidentes e empresários locais.

Desde que Donald Trump reassumiu a presidência, a política dos EUA em relação a Cuba endureceu significativamente, revertendo as flexibilizações da administração anterior. Entre as medidas adotadas estão a reinclusão da ilha na lista de países patrocinadores do terrorismo, além de restrições ao envio de remessas financeiras.

Cuba se manifesta

O governo cubano acusa Mike Hammer de fomentar a desestabilização interna ao apoiar membros da sociedade civil, ativistas e jornalistas locais. Por meio de canais oficiais e redes sociais, Hammer é chamado de "emissário imperial" e acusado de violar protocolos diplomáticos, informou a mídia local.

Além disso, Cuba alega que o diplomata lidera uma estratégia de "guerra híbrida" contra o país, citando suas reuniões com figuras como José Daniel Ferrer e Berta Soler. Desde que chegou a Havana, em novembro de 2024, Hammer tem mantido uma agenda intensa de encontros com esses atores, provocando reações de Havana.

Nos últimos meses, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba convocou diplomatas americanos em três ocasiões para apresentar "forte protesto" contra o que classificam como atos de "interferência" nas questões internas do país.