
Ex-candidato romeno afirma que Macron foi 'o verdadeiro vencedor das eleições'

O conservador George Simion, derrotado no segundo turno das eleições presidenciais da Romênia no último domingo (18), publicou uma mensagem ao presidente da França, Emmanuel Macron, em sua rede social, acusando-o de interferência no pleito.
"Minha mensagem a Emmanuel Macron, o verdadeiro vencedor das eleições romenas: a soberania nacional é INEGOCIÁVEL!", escreveu o político em sua conta no X.
Simion apresentou esta semana uma denúncia ao Tribunal Constitucional da Romênia alegando que pelo menos quatro países interferiram nas eleições para favorecer a vitória do candidato independente Nicusor Dan.
Os países citados na denúncia, divulgada na quarta-feira (21), são França, Polônia, Moldávia e Espanha.
De acordo com Simion, líderes estrangeiros como Macron, o primeiro-ministro polonês Donald Tusk e a presidente da Moldávia, Maia Sandu, teriam manifestado apoio público a Dan, o que configuraria interferência internacional no processo eleitoral romeno.

Apesar das acusações, o Tribunal Constitucional rejeitou por unanimidade o pedido de anulação das eleições nesta semana. O político crítico à União Europeia classificou o episódio como um "golpe de Estado" e criticou duramente a atuação do bloco e da diplomacia francesa.
Simion afirmou que o embaixador francês, Nicolas Warnery, teria se reunido com o presidente do Tribunal Constitucional antes da decisão que anulou o primeiro turno das eleições, em dezembro do ano passado, a qual foi motivada por uma suposta interferência russa
O conservador também disse que, durante a campanha, Warnery percorreu diversas regiões do país para convencer empresários a apoiarem seu rival.
A suposta interferência externa nas eleições da Romênia tem sido alvo de críticas recorrentes. Pavel Durov, co-fundador do Telegram, chegou a afirmar que recebeu um pedido da França para bloquear canais de conservadores romenos na plataforma antes do segundo turno presidencial. Ele demonstrou estar disposto a testemunhar no caso.
Simion obteve pouco mais de 46% dos votos, enquanto Dan, defensor da aproximação com a UE e a OTAN, venceu com mais de 53%.
