
China é a 'ameaça existencial' para os EUA, afirma vice-diretor da CIA

O poder econômico da China torna a nação asiática um desafio único, competindo diretamente com os EUA pela influência global, declarou o vice-diretor da CIA, Michael Ellis.
"A China é a ameaça existencial à segurança americana de uma forma que nunca enfrentamos antes", indicou Ellis em uma entrevista ao jornal Axios na quarta-feira (21).
Diferentemente do confronto com a União Soviética, a competição atual está se desenvolvendo principalmente em linhas econômicas, explicou.
Ellis considerou que a supremacia tecnológica em áreas como inteligência artificial, computação quântica, biotecnologia, semicondutores e armazenamento avançado de energia acabará determinando o resultado da disputa geopolítica.

Ele delineou as prioridades da CIA, em uma era na qual os métodos tradicionais de coleta de inteligência humana enfrentam limitações crescentes. É preciso haver uma "evolução na técnica operacional", afirmou Ellis. "Embora algumas das ferramentas e técnicas dos anos 60 ou 70 ainda possam funcionar hoje, muitas delas precisam ser atualizadas e renovadas".
Para enfrentar o desafio, Ellis relatou que a agência está recrutando uma "força de trabalho de elite" com conhecimentos científicos e de engenharia avançados.
Pequim tem acusado repetidamente Washington de se apegar a uma "mentalidade de Guerra Fria" e de buscar o domínio global, em vez de apoiar a ideia de um mundo multipolar baseado na cooperação e no benefício mútuo.
Os EUA e a China continuam envolvidos em uma disputa comercial prolongada, que se intensificou sob a administração do presidente Donald Trump, após a imposição de tarifas sobre as importações de produtos chineses. Pequim respondeu com contramedidas.
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