IBGE inicia 'diálogo para cooperação' com órgão de estatísticas da China

Em 2023, o presidente do IBGE já foi alvo de críticas ao elogiar a produção estatística de países como a China.

Na quinta-feira (22), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) declarou ter iniciado o diálogo para "cooperação" com o Escritório Nacional de Estatísticas da China, o NBS, e outras instituições locais. De acordo com o instituto, a aproximação ocorreu durante a visita de uma delegação do IBGE ao gigante asiático na semana passada. 

O órgão brasileiro afirmou que a visita tinha como objetivo iniciar a execução do Memorando de Entendimento assinado com o Instituto Nacional de Estatística da China, em 2024, e assinar dois novos acordos: um com a Academia de Estudos Contemporâneos da China e do Mundo (ACCWS, na sigla em inglês) e outro com a Universidade Normal de Hebei.

Para Marcio Pochmann, presidente do IBGE, a parceria fortalece o "protagonismo externo" da instituição. Gustavo Junger, diretor de pesquisas da organização, destacou que a visita possibilitou identificar os desafios enfrentados pelo instituto ao tentar retratar as mudanças que ocorrem na sociedade, além de evidenciar deficiências nas estratégias de modernização da produção estatística.

Segundo Junger, a parceria deve produzir resultados concretos já no âmbito da preparação para os censos agropecuários, que devem ocorrer em 2026 em ambos os países. Outros eixos se destacam com um significativo potencial de interação futura, como o estudo sobre economia digital e a execução da pesquisa intercensitária na China, prevista para 2025.

Críticas

Apesar dos avanços, Pochmann foi alvo de críticas apenas por fazer elogios à produção estatística da China ainda em 2023. Analistas e ex-servidores do IBGE ouvidos pelo jornal Folha de São Paulo fizeram advertências sobre a suposta ''falta de transparência da nação asiática''. 

Nesse contexto, o economista afirmou ao veículo que não possui ''instituições de preferência''.  "A China tem coisas interessantes, vamos acompanhando, como tem também nos Estados Unidos, no México, em Portugal, na Colômbia".