
Microsoft acusada de ameaçar liberdade de expressão

A Microsoft está sendo fortemente criticada por próprios funcionários por denúncias de que seu sistema interno de e-mails bloqueia mensagens com termos como "Gaza", "Palestina" e "Genocídio", informou na quinta-feira (22) o portal The Verge.

As restrições, relatadas pela mídia, provocaram acusações de censura e discriminação, especialmente em meio a críticas crescentes sobre os laços da empresa com Israel.
As alegações vêm do No Azure for Apartheid (NOAA), um grupo de protesto de funcionários atuais e antigos da Microsoft. O grupo afirma que "dezenas de funcionários" não conseguem enviar e-mails interna ou externamente se essas palavras aparecem no corpo do texto ou como assunto.
Em contrapartida, palavras como "Israel" ou grafias alternativas como "P4lestine" não são filtradas. "Essa é uma tentativa de silenciar a liberdade de expressão dos trabalhadores", denunciou o organizador da NOAA, Hossam Nasr, acusando a liderança da Microsoft de discriminar os funcionários palestinos e seus apoiadores.
Resposta da empresa
A Microsoft confirmou que fez alterações relacionadas a e-mails com o objetivo de reduzir o envio de mensagens políticas internas. Um porta-voz da empresa afirmou que as medidas foram tomadas para limitar os e-mails políticos em massa, observando que "enviar e-mails a um grande número de funcionários sobre tópicos não relacionados ao trabalho não é apropriado" e que essa comunicação deve ser feita por meio de fóruns de adesão.
A controvérsia ocorre em meio a protestos contínuos sobre os contratos de nuvem e IA da Microsoft com Israel, que, segundo relatos da mídia, servem como apoio às operações militares em Gaza.
Embora a empresa norte-americana tenha reconhecido o trabalho com o governo israelense, afirmou em uma declaração de 16 de maio que "nenhuma evidência" surgiu mostrando que suas ferramentas foram usadas para causar danos, embora também tenha admitido que não tem visibilidade sobre como seu software é implantado em sistemas privados.

