Governo Trump proíbe Harvard de matricular estudantes estrangeiros

A decisão é uma resposta a protestos pró-Palestina e pode afetar outras universidades dos EUA.

O governo dos Estados Unidos revogou, nesta quinta-feira (22), a certificação da Universidade Harvard no Programa de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVP), impedindo a instituição de matricular novos estudantes estrangeiros e exigindo que os atuais transfiram de universidade ou percam seu status legal no país.

A medida, tomada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS), foi anunciada como retaliação às manifestações pró-Palestina no campus, informou a CNBC.

A secretária do DHS, Kristi Noem, justificou a decisão alegando que a universidade estaria "fomentando violência, antissemitismo e cooperando com o Partido Comunista Chinês em seu campus". Segundo ela, muitos dos manifestantes seriam estudantes estrangeiros.

Harvard classificou a revogação como "ilegal" e declarou estar comprometida em manter o acolhimento de estudantes internacionais, que representam mais de 27% do corpo estudantil, segundo dados de 2023. "Essa ação retaliatória ameaça causar sérios danos à comunidade de Harvard e ao país", afirmou a universidade em nota.

Em abril, o governo Trump já havia congelado US$ 2,2 bilhões em repasses federais para Harvard, após a instituição recusar eliminar programas de diversidade, equidade e inclusão, além de rejeitar avaliar estudantes estrangeiros com base em "critérios ideológicos".

O DHS afirmou que a liderança da universidade teria criado um ambiente inseguro ao permitir que manifestantes pró-terrorismo assediassem e agredissem estudantes, inclusive judeus. "Eles perderam a certificação por não cumprirem a lei" declarou Noem.

Reações imediatas

A decisão gerou reações imediatas. Um juiz federal da Califórnia emitiu uma liminar impedindo temporariamente o governo Trump de revogar o status legal de estudantes internacionais, enquanto tramita um processo judicial.

A secretária Noem alertou que outras universidades podem ser alvo de medidas semelhantes. "Que isso sirva de aviso para todas as instituições acadêmicas do país", afirmou.