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Ministro japonês renuncia após admitir nunca ter precisado comprar arroz em meio à alta dos preços

Taku Etō recebia o alimento, central para a deita japonesa, de apoiadores políticos.
Ministro japonês renuncia após admitir nunca ter precisado comprar arroz em meio à alta dos preçosAP / Kyodo News

O ministro da Agricultura do Japão, Taku Etō, renunciou nesta quarta-feira (21) após causar forte repercussão ao afirmar que nunca precisou comprar arroz, já que recebe o alimento de apoiadores políticos. A declaração foi feita durante um evento de arrecadação de fundos e gerou reações negativas imediatas, especialmente em um momento em que o país enfrenta uma crise no setor agrícola, informou a imprensa local.

"Acabei de entregar minha carta de renúncia ao primeiro-ministro Ishiba", declarou Eto a jornalistas na sede do governo. Ele reconheceu que sua fala foi uma "declaração extremamente inadequada em um momento em que os cidadãos sofrem com os altos preços do arroz".

O comentário foi visto como insensível diante do aumento expressivo no preço do arroz no último ano, provocado por colheitas abaixo do esperado e temores relacionados a desastres naturais. O arroz é um alimento central na dieta dos japoneses e sua escassez tem pressionado os consumidores e afetado a popularidade do governo.

Para tentar conter a crise, o governo liberou 300 mil toneladas de arroz dos estoques emergenciais desde março, mas a medida não teve o efeito esperado. Também foram anunciadas importações, incluindo pela primeira vez em 25 anos arroz da Coreia do Sul. No entanto, a forte preferência dos japoneses pelo arroz local, aliada às altas tarifas, limita o impacto dessas importações.

Substituto

Para ocupar o cargo, o primeiro-ministro Shigeru Ishiba nomeou Shinjirō Koizumi, ex-ministro do Meio Ambiente e herdeiro político do ex-premiê Junichiro Koizumi.

Ao assumir a pasta, Koizumi se comprometeu a adotar medidas emergenciais para conter a alta dos preços e garantir o abastecimento interno.