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Candidato crítico da UE pede anulação das eleições na Romênia

Simion denuncia "farsa" por interferência externa; fundador do Telegram diz estar disposto a testemunhar no país para "ajudar a democracia".
Candidato crítico da UE pede anulação das eleições na RomêniaGettyimages.ru / Andrei Pungovschi

George Simion, candidato derrotado no segundo turno das eleições presidenciais na Romênia, realizado no último domingo (18), anunciou nesta terça-feira (20) que entrou com um pedido no Tribunal Constitucional para anular o resultado do pleito.

"Solicito oficialmente ao Tribunal Constitucional que anule as eleições presidenciais romenas (maio de 2025). Pelas mesmas razões pelas quais as eleições de dezembro foram anuladas: interferências externas de atores estatais e não estatais", escreveu Simion em sua conta na rede X.

Crítico da União Europeia e da OTAN, Simion afirmou que há "provas" que confirmam a ingerência e destacou que "nem França, nem Moldávia, nem qualquer outro país tem o direito de interferir nas eleições de um Estado estrangeiro". Ele também pediu que a população do país apoie a solicitação ao tribunal para que "anule essa farsa". "Não vamos nos render nem trair! Este é apenas o começo de uma grande vitória!", declarou.

Fundador do Telegram

O fundador do Telegram, Pavel Durov, compartilhou a publicação de Simion e manifestou apoio: "Estou pronto para ir à Romênia e prestar depoimento, se isso ajudar a democracia romena".

No domingo (19), Durov alegou que sofreu pressão para interferir nas eleições. Segundo ele, o chefe da inteligência francesa, Nicolas Lerner, teria pedido que bloqueasse vozes conservadoras antes do pleito. A França negou as acusações e as classificou como "totalmente infundadas".

Dias antes da votação, Simion já havia acusado o presidente francês Emmanuel Macron de atuar indevidamente na disputa e afirmou que ele tem "tendências ditatoriais".

Ele também acusou o embaixador da França, Nicolas Warnery, de se reunir com o presidente do Tribunal Constitucional, responsável por anular a votação de dezembro do ano passado. À época, a Justiça romena alegou possível interferência russa para justificar o cancelamento.

Durante a campanha, o candidato ainda denunciou que o embaixador francês teria percorrido o país para convencer empresários a apoiarem Nicusor Dan, seu rival na disputa.

Eleições

Simion, de perfil conservador e crítico à UE, obteve pouco mais de 46% dos votos, sendo derrotado por Nicusor Dan, candidato independente de centro, que venceu com mais de 53% e defende uma maior aproximação com o bloco europeu e a OTAN.

As eleições romenas enfrentam polêmicas desde a primeira rodada, em novembro do ano passado, quando o candidato Calin Georgescu, contrário à OTAN, saiu vitorioso.

Na ocasião, ele foi acusado de ter apoio do Kremlin, o que motivou a anulação dos resultados em dezembro, apesar da negativa da Rússia e da Agência Nacional de Administração Tributária sobre qualquer interferência. Após a decisão judicial, Georgescu passou a ser alvo de perseguição política.