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Na China, Galípolo amplia parceria financeira com emissão de títulos em yuan

Representantes da delegação brasileira compararam um título de 10 anos que rende 1,5% ao ano na China com outro que oferece 15% no Brasil.
Na China, Galípolo amplia parceria financeira com emissão de títulos em yuanRicardo Stuckert / PR

Nos encontros com os representantes dos círculos bancários chineses, o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, reforçou a cooperação sino-brasileira, concluindo negociações que permitirão captar recursos diretamente no mercado chinês por meio dos chamados "panda bonds" (títulos emitidos em moeda chinesa).

Falando no Seminário Panda Bond China-América Latina e Caribe na semana passada ao lado do presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, Galípolo destacou a "forte complementaridade" entre as economias dos dois países.

Paralelamente aos panda bonds, os dois altos funcionários também assinaram memorando de entendimento e acordo de swap de moedas, mecanismo que permite trocas diretas de moedas para garantir liquidez em crises.

Perfis complementares:

O Brasil justificou seu interesse na economia chinesa destacando que o país asiático possui características semelhantes às das nações que tradicionalmente investiram em títulos públicos brasileiros. A China apresenta juros mais baixos, superávit de poupança e uma população em envelhecimento, que busca investimentos que proporcionem retorno.

''No exemplo dado por um integrante da delegação de Lula, os chineses comparam um ativo de dez anos que dá 1,5% de juros, em seu país, com um ativo que dá 15% no Brasil'', escreve o jornal Folha de São Paulo.

Panda bonds: ponte de cooperação financeira 

Grandes empresas brasileiras com operações na China já começaram a aderir à tendência de trabalhar com títulos em yuan. Há seis meses, a Suzano, líder global na produção de celulose, emitiu 1,2 bilhão de yuan (equivalente a R$ 940 bilhões) em títulos no mercado chinês. Agora, a Vale estuda seguir o mesmo caminho.

"O mercado de panda bonds se tornou cada vez mais inovador, os arranjos institucionais se tornaram mais internacionalizados e o uso de fundos tornou-se mais conveniente", afirmou Pan Gongsheng no evento bilateral.