
Candidato sul-coreano busca aprofundar laços com China e Rússia: 'não podemos apostar tudo' em Washington

O candidato presidencial melhor colocado para as eleições antecipadas da Coreia do Sul, o político e advogado Lee Jae-myung, apresentou suas linhas gerais de política, caso seja eleito, com base na necessidade não apenas de fortalecer a aliança com os EUA, mas também de buscar cooperação com países vizinhos.
Durante o recente debate entre os quatro principais candidatos à presidência, no domingo (18), Lee, do Partido Democrata, considerou as políticas do governo do ex-presidente Yoon Suk-yeol como um "fracasso", enfatizando que a "diplomacia pragmática" deve vir em primeiro lugar.

Ele disse também que Seul não pode "apostar tudo" nos laços com Tóquio e Washington.
"Nossas relações com a China e a Rússia também são importantes, portanto, devemos administrá-las bem. [...] Não há necessidade de excluir completamente ou estabelecer relações hostis com a China e a Rússia", indicou Lee Jae-myung.
Além de reconhecer a necessidade de desenvolver ainda mais a aliança entre Seul, Tóquio e Washington, ele destacou a importância de demonstrar flexibilidade no estabelecimento de laços de cooperação com outros países vizinhos nos interesses nacionais.
"Quando surge uma situação, devemos tomar decisões flexíveis de acordo com ela, e o critério para essa decisão deve ser o interesse nacional da República da Coreia. As relações diplomáticas estão sujeitas a mudanças rápidas e, portanto, variam de acordo com a situação", argumentou Lee.
"Diplomacia pragmática"
Ele indicou ainda que tem planos de melhorar as relações com Pyongyang a fim de aliviar as tensões e criar um ambiente pacífico na península.
Ao ser acusado por suas posições favoráveis à diversificação de parceiros nas relações internacionais sul-coreanas, sendo classificado como "pró-China" por dois outros candidatos, Kim Moon-soo e Lee Jun-seok, Lee respondeu que é apenas "um diplomata pragmático".
"A diplomacia deve sempre se concentrar nos interesses nacionais", declarou ele, enfatizando que, como a diplomacia é "uma questão delicada", deve-se abordá-la "de forma suave, prática e realista".
- As eleições presidenciais antecipadas estão programadas para 3 de junho, depois de terem sido antecipadas na esteira da crise política associada à declaração de lei marcial do ex-presidente Yoon, em dezembro do ano passado, que resultou em seu impeachment e detenção.
- Lee Jae-myung, 61 anos, é advogado de direitos humanos e está concorrendo à presidência pela segunda vez: em 2022, ele perdeu para Yoon Suk-yeol, do partido Poder Popular.
- Apesar de sua derrota para Yoon, Lee conseguiu levar o Partido Democrático a uma ampla vitória nas eleições parlamentares do ano passado e atualmente conta com um forte apoio entre os eleitores liberais.
- Diante disso, ele promete "nacionalismo pragmático e uma clara ruptura com o estilo combativo e ideológico" de seu antecessor, informou o South China Morning Post.
- Em uma recente pesquisa da Gallup Korea, Lee Jae-myung recebeu 51% de apoio entre os entrevistados, Kim Moon-soo, do Partido Nacional Bareun, 29%, e Lee Joon-seok, do Partido Reformista, 8%.

