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Situação no Haiti evoca cenas de 'Mad Max', diz diretora do Unicef

Segundo Catherine Russell, a crise no país caribenho é a pior já vista em décadas.
Situação no Haiti evoca cenas de 'Mad Max', diz diretora do UnicefGettyimages.ru / Guerinault Louis/Anadolu

A diretora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Catherine Russell, comparou a situação no Haiti a cenas dos filmes 'Mad Max', que retratam um mundo pós-apocalíptico violento e bagunçado.

"O Haiti está em uma situação horrível. Estive lá há vários meses e, mesmo naquela época, havia muita violência e as gangues estavam controlando partes da capital. Agora eles basicamente assumiram o controle da capital, assumiram o controle do aeroporto [...] Muitas pessoas estão sofrendo de fome e desnutrição severas e não estamos conseguindo levar ajuda suficiente para elas", disse Russell em uma entrevista à CBS News.

"É como uma cena de 'Mad Max'. Sinceramente, é assim que parece. Gangues, vigilantes respondendo a gangues", afirmou. Segundo Russell, é necessário mais controle da situação para fornecer ajuda humanitária à população, acrescentando que a crise no Haiti é "a pior que já vimos em décadas".

Caos sem fim

O Haiti continua sob tensão devido às ações de gangues armadas, que supostamente controlam 80% do território da capital Porto Príncipe. Os líderes das gangues Jimmy Chérizier, conhecido como 'Barbecue', e Toto Alexander declararam na semana passada que continuarão sua luta armada para mudar a situação atual e impedir uma invasão estrangeira no país.

A situação política se deteriorou ainda mais após uma viagem do primeiro-ministro interino Ariel Henry a Nairóbi, no Quênia. Em sua ausência, Chérizier advertiu que, se o chefe de Governo não renunciasse, o país estaria caminhando para um "genocídio".

O gatilho para essa nova crise foi o compromisso de Henry de organizar eleições somente até 31 de agosto de 2025. O primeiro-ministro renunciou em 11 de março. O político permanece em Porto Rico e foi declarado persona 'non grata' na República Dominicana, o que acabou impedindo-o de retornar ao seu país, onde todos os aeroportos estão fechados.