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Exército francês está se preparando para "os combates mais difíceis"

Além de sua dissuasão nuclear, Paris tem milhares de forças treinadas com os exércitos aliados, disse o chefe de gabinete francês.
Exército francês está se preparando para "os combates mais difíceis"Gettyimages.ru / Tim Ireland

As forças armadas da França estão se preparando para participar dos combates "mais difíceis", disse o chefe do Estado-Maior francês, general Pierre Schill, após as declarações do presidente Emmanuel Macron sobre a possibilidade de enviar tropas da OTAN para a Ucrânia.

Em um artigo publicado nesta terça-feira no jornal Le Monde, o oficial sênior refletiu sobre os conflitos atuais, que levaram a uma reconsideração do tamanho das forças. "Os dias em que se podia mudar o curso da história com 300 soldados já se foram há muito tempo. Não existem mais 'guerras pequenas', pois o acesso a certas tecnologias de ponta tornou-se generalizado", disse ele.

De acordo com Schill, quando se trata de novas formas de guerra, "a França tem algumas vantagens importantes". Devido à sua geografia e ao seu status próspero dentro da União Europeia, "nenhum adversário ameaça suas fronteiras". Além disso, "a dissuasão nuclear da França protege seus interesses vitais", disse ele.

No entanto, ele afirma que Paris "não está imune" às tensões internacionais e tem "interesses e territórios em todas as áreas geográficas". Por isso, o general enfatiza que, para defender seus interesses,"o exército francês se prepara para as batalhas mais difíceis, torna isso conhecido e demonstra: se você quer paz, prepare-se para a guerra", disse ele.

Ele enfatizou que a França conta com um "exército treinado e compatível com os exércitos dos aliados", especialmente na Europa, razão pela qual é capaz de mobilizar até 20.000 soldados por até 30 dias:

"Os franceses são capazes de enviar até 20. 000 soldados por até 30 dias, bem como comandar uma força de até 60.000 soldados, incluindo as forças aliadas".

Tropas francesas na Ucrânia

No início de março, o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radoslaw Sikorski, declarou que alguns países da OTAN já haviam enviado forças para a Ucrânia, dizendo que a presença delas no país não era "impensável". Ao fazer isso, o chanceler apoiou as declarações do presidente francês Emmanuel Macron, que sugeriu a possibilidade de enviar tropas ocidentais para o território ucraniano.

Em fevereiro, Macron disse que o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deveria ser descartado, gerando polêmica na UE. O presidente insistiu em sua ideia, indicando que "a Rússia não pode e não deve vencer essa guerra", que ele descreveu como "existencial" para a França.

O Kremlin advertiu que, se o Ocidente enviar suas forças militares para o país eslavo, um conflito direto entre a Rússia e a OTAN não poderá ser evitado.