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Fundador do Telegram diz que França pediu interferência nas eleições da Romênia; Paris nega

Governo francês afirma que acusações são "totalmente infundadas".
Fundador do Telegram diz que França pediu interferência nas eleições da Romênia; Paris negaLegion-media.ru / KLYONA

O governo da França negou "categoricamente " as acusações de interferência nas eleições presidenciais da Romênia, realizadas neste domingo (18), quando os eleitores foram às urnas para decidir entre George Simion, líder do partido nacionalista União dos Romenos (AUR), e Nicusor Dan, atual prefeito de Bucareste e aliado da União Europeia.

As acusações ganharam destaque após uma declaração do fundador do Telegram, Pavel Durov, que afirmou em suas redes sociais que "a inteligência da França me pediu para interferir nas eleições da Romênia". Durov alegou que o pedido foi feito nas vésperas do segundo turno, com a intenção de "silenciar os conservadores romenos".

As autoridades francesas não forneceram mais detalhes sobre a situação, mas reafirmaram seu compromisso com a integridade do processo eleitoral romeno.

A princípio, Durov disse ainda que o pedido partiu de um país da Europa Ocidental, sem nomeá-lo diretamente, mas usando o emoji de uma baguete, referência amplamente associada à França. Segundo ele, o Telegram não aceitará esse tipo de interferência e não fechará canais políticos romenos na plataforma.

"Não se pode 'defender a democracia' destruindo a democracia", escreveu Durov ao rejeitar o pedido.

Diante da repercussão, o Ministério das Relações Exteriores da França publicou uma nota nas redes sociais negando qualquer envolvimento. "No Telegram e no Twitter circulam acusações totalmente infundadas sobre uma suposta ingerência francesa nas eleições presidenciais romenas. França rejeita categoricamente estas acusações e chama todos a agir com responsabilidade e respeito pela cidadania romena", afirmou a chancelaria.

Além disso, o governo francês voltou a acusar "atores ligados à Rússia" de praticarem "interferência digital e financeira" nas eleições iniciais de 2024, cujos resultados foram anulados após denúncias de irregularidades.

O clima de tensão também envolveu o candidato George Simion, que se posiciona contra a União Europeia. Ele acusou diretamente o presidente francês, Emmanuel Macron, de agir para influenciar a eleição:

"O embaixador francês percorreu todas as regiões do país para convencer os empresários a apoiarem meu adversário pró-União Europeia", afirmou Simion, classificando Macron como alguém com "tendências ditatoriais".