
Pyongyang faz forte advertência aos EUA

A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) emitiu no último sábado (17) uma forte advertência aos Estados Unidos após ser incluída, novamente, em uma lista de países que "não cooperam na luta contra o terrorismo".
A decisão, tomada pelo Departamento de Estado dos EUA, provocou dura reação do Ministério das Relações Exteriores, que classificou a medida como "uma desculpa para justificar a ingerência nos assuntos internos de outros países".
Em comunicado oficial, o governo norte-coreano afirmou que os países citados nessa lista acabam se tornando "os principais alvos da política hostil e da ameaça militar dos Estados Unidos, expressão do mais atroz terrorismo estatal".
"Essa campanha de designação unilateral e maliciosa, encenada pelos EUA todos os anos, deve ser devidamente denunciada e rejeitada pela comunidade internacional, pois é uma estratégia de difamação para rotular os estados soberanos independentes como 'patrocinadores estatais do terrorismo' e torná-los alvos de críticas internacionais."

A chancelaria de Pyonyang também questionou o papel autoproclamado dos EUA na luta antiterrorismo global: "Ninguém pediu aos EUA que liderassem os esforços antiterroristas internacionais, nem ninguém lhes conferiu tal poder".
O governo norte-coreano reafirmou sua oposição a todas as formas de terrorismo. Ainda assim, alertou que as provocações por parte de Washington apenas aumentarão a tensão entre os dois países: "Quanto mais os EUA provocarem o país, mais se intensificará a irreconciliável hostilidade entre ambos".
"Antes de lidar com a 'cooperação' de alguém na questão do 'antiterrorismo', é melhor que os EUA enfrentem a situação atual das relações RPDC-EUA, que foram fixadas como sendo entre estados completamente hostis entre si devido às ações unilaterais e erradas dos EUA".
A resposta veio dias após Kim Jong-un ter acompanhado exercícios militares aéreos do país e ordenado que o Exército esteja preparado para a guerra.
A inclusão da RPDC nessa lista específica representa mais do que uma questão simbólica: ela pode ter impacto direto sobre negociações diplomáticas e abrir margem para novas sanções internacionais.
A classificação também reforça a tentativa de isolamento de Pyonyang no cenário internacional, ao lado de outros países considerados "não cooperativos" pelos EUA. A crescente retórica belicosa, de ambos os países, sinaliza uma nova escalada nas já tensas relações entre eles.
