Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira (16) que iniciarão ainda neste ano conversas com seus aliados europeus sobre a possível redução das tropas americanas no continente. A confirmação veio do embaixador dos EUA na OTAN, Matthew Whitaker, que afirmou que as discussões devem começar após a cúpula da aliança em Haia, marcada para junho.
Questionado sobre um relatório de que o governo Trump está considerando retirar tropas da Europa, o embaixador disse que "nada foi determinado", citado pela agência Reuters.
Whitaker garantiu que, quando as decisões forem tomadas, "teremos essas conversas na estrutura da OTAN". Ele ressaltou que "é um desejo dos EUA há mais de 30 anos" reduzir o efetivo militar na Europa e que a atual administração tem intenção clara de "lidar com as consequências práticas" desse processo.
Apesar do sinal de mudança, o embaixador reforçou que os Estados Unidos continuam comprometidos com a aliança e serão "um grande amigo e um grande aliado". Ele também criticou medidas da União Europeia que restrinjam compras externas para a defesa, o que na sua visão prejudicaria a integração da OTAN, retardaria o rearmamento da Europa, aumentaria os custos e sufocaria a inovação.
As declarações ocorrem em meio a um clima de tensão, com o secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, tendo expressado preocupação sobre a dependência europeia e o compromisso dos EUA com a região. O tema da divisão de responsabilidades dentro da OTAN tem sido um ponto sensível, alimentado por críticas anteriores à postura dos países europeus quanto aos investimentos em defesa.