A presença da cantora israelense Yuval Raphael no Eurovision 2025, realizado na quinta-feira (15), em Basileia, Suíça, tem sido marcada por forte controvérsia. Durante a segunda semifinal, a artista foi alvo de vaias e protestos do público, conforme relatado pelo AP.
A reação negativa se estendeu além da arena. Mais de 70 ex-participantes do Eurovision assinaram uma carta aberta pedindo a exclusão de Yuval da competição, em protesto contra a atuação de Israel no atual cenário geopolítico. Em paralelo, emissoras de países como Espanha, Irlanda e Islândia, que integram e financiam a União Europeia de Radiodifusão (UER), responsável pelo evento, solicitaram que a organização reavalie a permanência do país no concurso.
Segundo a emissora suíça SRG SSR, seis pessoas, entre elas uma família, foram retiradas do local após interromperem a apresentação com apitos e exibirem bandeiras. O canal também relatou críticas ao Eurovision por reduzir o volume do áudio na transmissão, o que teria limitado a manifestação de desaprovação do público.
Nos dias que antecederam a semifinal, manifestações foram registradas do lado de fora do local do evento. Cerca de 200 pessoas, muitas envoltas em bandeiras palestinas, protestaram pedindo o fim da ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza e a exclusão do país da competição.
Apesar das manifestações e das pressões públicas, Yuval Raphael avançou para a final da competição, marcada para o dia 17 de maio. A direção do Eurovision reafirma que o evento é um espaço de celebração cultural, mas a edição deste ano tem sido constantemente atravessada por tensões políticas e sociais que desafiam esse propósito.
Yuval Raphael sobreviveu ao ataque de 7 de outubro durante o festival de música Nova ao se esconder sob corpos e fingir estar morta.