Rússia e Ucrânia chegaram a um acordo para realizar a maior troca de prisioneiros desde o início do conflito, no formato de mil por mil, durante as negociações a portas fechadas realizadas nesta sexta-feira (16) em Istambul, na Turquia. Vladimir Medinsky, assessor de Vladimir Putin e chefe da delegação russa, confirmou a iniciativa.
"Nos próximos dias, haverá uma troca de prisioneiros em larga escala – mil por mil", disse ele a repórteres após a reunião, acrescentando que a delegação russa estava, em geral, "satisfeita" com os resultados do encontro e "pronta para continuar os contatos".
A última troca havia ocorrido em 6 de maio, quando 205 prisioneiros de cada lado foram repatriados.
O encontro entre os dois países – o primeiro em três anos – foi iniciado com um discurso do ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan. Segundo ele, a disposição de Rússia e Ucrânia para retomar o diálogo abriu "uma nova janela de oportunidade".
"Temos dois caminhos à nossa frente. Um levará à paz. O segundo levará a mais destruição. As próprias partes determinarão o caminho que escolherão", afirmou.
- As negociações estavam previstas para quinta-feira, por sugestão de Putin. A delegação russa chegou a Istambul aguardando o lado ucraniano, enquanto o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, desembarcou em Ancara com vários assessores para se reunir com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
- Em entrevista coletiva na chegada a Ancara, Zelensky afirmou que "ainda não estava oficialmente ciente" do nível da delegação russa, embora sua composição tenha sido divulgada pelo Kremlin na véspera da reunião. Em seguida, classificou o grupo como uma "farsa". Medinsky rebateu, afirmando que a delegação foi aprovada por Putin e "tem toda a autoridade e poder necessários para conduzir as negociações".
- Poucas horas depois, o gabinete de Zelensky emitiu um decreto sobre a composição da delegação ucraniana para as negociações com a Rússia em Istambul.