Agente da PF sobre Moraes: 'Merecia ter a cabeça cortada'

Um agente da Polícia Federal afirmou, em áudios obtidos durante as investigações, que fazia parte de um grupo disposto a prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a Agência Brasil, que divulgou o conteúdo nesta quinta-feira (15), o material foi extraído do celular de Wladmir Matos Soares, policial que integrou a segurança do Palácio do Planalto e está preso desde 2024.
"A gente estava preparado para isso, inclusive. Para ir prender o Alexandre Moraes. Eu ia estar na equipe", disse o agente.
Nas gravações, Soares diz que os integrantes do grupo estavam prontos para "matar meio mundo" e que esperavam um sinal do então presidente Jair Bolsonaro para agir. Ele também expressa frustração ao mencionar que Bolsonaro "deu para trás", indicando que o plano não avançou por falta de aval do ex-mandatário.
"Só que o presidente deu para trás porque, na véspera em que a gente ia agir, o presidente foi traído dentro do Exército; os generais foram lá, deram uma última forma e disseram que não iam mais apoiá-lo".
"Cabeça cortada"
Wladmir também afirmou que o ministro do STF deveria ter a "cabeça cortada" por ter impedido, no início do mandato de Bolsonaro, a nomeação de Alexandre Ramagem, um dos réus da suposta trama golpista, para a direção da Polícia Federal.
"O Alexandre de Moraes realmente tinha que ter tido a cabeça cortada quando ele impediu o presidente de colocar um diretor da Polícia Federal, né? O Ramagem. Tinha que ter cortado a cabeça dele, era ali."
Frustação com Bolsonaro
As mensagens obtidas pelos investigadores também revelam a frustração do agente da Polícia Federal com o desfecho da tentativa de golpe. Nos áudios, ele lamenta o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter deixado o país antes da ação ser executada.
O policial critica a falta de iniciativa do ex-presidente e aponta resistência por parte da cúpula militar.
"Bolsonaro faltou pulso para dizer: não tenho general, tenho coronel, então vamos com os coronéis, porque era o que a tropa toda queria, toda, 100%. Só os generais que não deixaram", afirmou.

