Zambelli afirma que 'não sobreviveria na cadeia' e que vai recorrer da condenação imposta pelo STF

Parlamentar afirma sofrer de problemas de saúde, nega envolvimento com o crime e diz que buscará apoio na Câmara para tentar reverter os efeitos da condenação.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) reagiu nesta quinta-feira (15) à condenação imposta pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que a sentenciou a dez anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica. Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo, Zambelli declarou que não sobreviveria na prisão e classificou a decisão como uma injustiça, conforme relatado pela mídia local. 

"Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria na cadeia",  afirmou a parlamentar, mencionando que sofre de depressão e outras condições de saúde. Durante a entrevista, um assessor entregou a ela uma caixa de medicamentos, que exibiu e tomou diante das câmeras.

Zambelli também criticou o julgamento do STF, alegando que não há provas que a liguem diretamente ao crime. Ela questionou as diferentes versões apresentadas pelo hacker Walter Delgatti Neto, condenado a oito anos de prisão no mesmo processo, e afirmou que a Polícia Federal classificou Delgatti como "mitômano", alguém com tendência patológica à mentira .

"A própria Polícia Federal o nomeia como um mitômano. A gente percebe que há versões que dizem que eu daria um emprego para ele e outras que afirmam que foi o [ex-]presidente quem daria o emprego. Jair Messias Bolsonaro não tem nenhuma relação com esse caso", afirmou a parlamentar. 

A deputada anunciou que vai recorrer da decisão e está buscando apoio entre seus colegas na Câmara dos Deputados para tentar suspender a ação penal. Ela afirmou que a palavra final sobre sua situação deve ser dada pela própria Câmara, indicando a possibilidade de reverter a perda do mandato.

A condenação de Zambelli inclui, além da pena de prisão, a perda do mandato parlamentar e o pagamento de multa no valor de R$ 2 milhões por danos materiais e morais.