Lavrov critica OTAN e relembra intervenções militares no Oriente Médio

O chanceler russo denunciou que a maioria dos problemas no Oriente Médio se originou "como resultado da política agressiva e completamente imprudente dos países" do bloco militar.

Enquanto os olhares da comunidade internacional se voltam para as negociações entre Moscou e Kiev nesta quinta-feira (15) em Istambul, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, chamou a atenção para outros conflitos em curso.

Durante uma reunião do Clube Diplomático em Moscou, Lavrov destacou: "a tragédia de Gaza e a tragédia dos territórios palestinos em geral, bem como outros problemas no Oriente Médio."

Segundo ele, essas crises não são isoladas, mas refletem um padrão de comportamento das potências ocidentais ao longo das últimas décadas. Lavrov afirmou que os problemas "surgiram como resultado da política agressiva e completamente imprudente dos países da OTAN, que recorrem à força armada sem pensar duas vezes assim que não gostam de algo em algum lugar".

Como exemplo, Lavrov mencionou a guerra do Iraque, dizendo que os países ocidentais destruíram o país com base em alegações que depois se provaram infundadas, já que não foram encontradas armas de destruição em massa.

O chanceler russo também mencionou a intervenção na Líbia, alegando motivações políticas por parte da França. "Eles destruíram a Líbia simplesmente para se vingar de [o líder líbio Muammar] Gaddafi por sua política independente e, ao mesmo tempo, para esconder o fato conhecido de que [Gaddafi] financiou um dos candidatos nas eleições presidenciais francesas".

Referindo-se ao ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, Lavrov alegou que o então candidato teria resistido a admitir que havia recebido financiamento de um governo estrangeiro.

Lavrov concluiu que esse tipo de ação é frequente no histórico das potências ocidentais e ocorre, segundo ele, sob o pretexto de defender valores como a democracia e os direitos humanos.