Violenta repressão policial aos protestos contra os ajustes de Milei (VÍDEOS)
Na segunda-feira, organizações sociais argentinas realizaram vários protestos contra as políticas de ajuste do Governo de Javier Milei. Pelo menos três pessoas ficaram feridas em confrontos com a Polícia, que usou gás lacrimogêneo e caminhões com canhões de água para reprimir os participantes.
No chamado"piquete nacional", os manifestantes realizaram 500 bloqueios de estradas e marchas em todo o país, bem como o fechamento de acessos rodoviários à Cidade Autônoma de Buenos Aires (CABA). As manifestações ocorreram em rejeição aos ajustes econômicos e sociais promovidos pelo presidente, bem como para denunciar o corte drástico no número de beneficiários de planos sociais e para exigir que o Governo retome o envio de alimentos para os refeitórios públicos.
Durante o dia, houve tensões nos piquetes das pontes Saavedra e Pueyrredón, dois dos principais pontos de acesso que ligam a província de Buenos Aires à cidade de Buenos Aires. A polícia da cidade de Buenos Aires decidiu avançar sobre os manifestantes com tropas de Infantaria e caminhões hidrantes, na tentativa de abrir um dos bloqueios.
📹 Incidentes en las movilizaciones piqueteras en Puente Pueyrredón y Puente Saavedra 👮 pic.twitter.com/26WWNyDK9v
— La Interna 🤖 (@lainternaok) March 18, 2024
Os confrontos se intensificaram na Ponte Pueyrredón, onde havia uma grande coluna da Polícia Federal e da Prefeitura Naval Argentina, que mais tarde foi reforçada com uma nova linha de policiais. As forças de ordem tentaram impedir que as colunas de manifestantes avançassem em direção à cidade de Buenos Aires.
Hoy acompañé la jornada en Puente Pueyrredón por la emergencia alimentaria. Hubo más policía en los distintos cortes que en Rosario para combatir el narcotráfico. ¿En qué quedamos, Bullrich? pic.twitter.com/nyL14kTYsI
— Federico Fagioli (@Fede_FagioliOK) March 18, 2024
Agressão à imprensa
Quando a repressão se intensificou, vários representantes das mídias que estavam reportando no local foram agredidos pela Polícia. Em um vídeo divulgado pelo Sindicato da Imprensa de Buenos Aires (Sipreba), pode-se ver claramente como um oficial da Prefeitura chuta um cinegrafista nas pernas.
✖ Repudiamos la represión en las protestas por alimentos en los accesos a CABA. Alertamos sobre el ensañamiento policial contra la prensa. Nos solidarizamos con Federico Imas, Carlos Ferrara y el equipo de Canal 9, Leo Godoy y el equipo de América, y con todos los afectados. pic.twitter.com/14CTxQONan
— SiPreBA - Sindicato de Prensa de Buenos Aires (@sipreba) March 18, 2024
O fotógrafo da Associated Press Agency (AP) Rodrigo Abd, ganhador de dois prêmios Pulitzer, também teve que ser atendido após receber gás de pimenta nos olhos.
El fotógrafo ganador de dos premios Pulitzer Rodrigo Abd fue asistido después de que Prefectura reprimiera con gases lacrimógenos durante la movilización en Puente Pueyrredon. 📽️@OctavioCrivaropic.twitter.com/dP6yNk4oh0
— Marina Glezer (@MarinaGlezer) March 18, 2024
Além disso, foi divulgado um vídeo que mostra um jornalista do canal de televisão El Nueve sendo agredido pelas forças de segurança, que estão sob o comando da ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
La Policía de Bullrich molió a palos al periodista Carlos Ferrara de El Nueve, que fue a cubrir la manifestación en el Puente Pueyrredon. pic.twitter.com/OzU3Iutklo
— Lo✖💚 🤍❤🤍 (@MARIALIA1515) March 18, 2024
Anteriormente, também houveram confrontos entre os dois lados na Ponte Saavedra, que começaram quando um caminhão hidrante da Polícia avançou sobre os militantes dos movimentos sociais, que mantinham sua posição pacificamente entre a província de Buenos Aires e a Capital Federal.
“Puente Saavedra”Porque la policía corrió a los manifestantes hasta echarlos de la Ciudad: “Los queremos del lado de Provincia, de la vereda para allá”. pic.twitter.com/KwjTP8Mcse
— Tendencias en Argentina (@porqueTTarg) March 18, 2024
Preocupação com o aumento da repressão
O protesto foi convocado por coletivos de esquerda e pela Unión de Trabajadores de la Economía Popular (UTEP), cujos líderes declararam preocupação com a segurança, pois temem que o Governo reforce a repressão que exerce em todas as mobilizações contra protestos sociais, o que inclui gás lacrimogêneo, espancamentos e correrias.
Por outro lado, as autoridades insistiram que retirarão os benefícios sociais daqueles que participarem dos protestos, uma ameaça que os líderes sociais consideram chantagem.