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Fóssil de parasita jurássico de 165 milhões de anos pode ajudar a preencher lacuna evolucionária

Trata-se de uma descoberta raríssima, pois organismos desse tipo raramente deixam vestígios de fósseis.
Fóssil de parasita jurássico de 165 milhões de anos pode ajudar a preencher lacuna evolucionáriaNIGPAS / Cihang Luo

Um fóssil de 165 milhões de anos, descoberto na China, foi identificado como uma espécie primitiva de verme-espinhoso, o mais antigo já encontrado desse grupo parasitário. Batizado de Juracanthocephalus daohugouensis, ele viveu no período Jurássico e fornece pistas importantes sobre como esses vermes evoluíram de ancestrais de vida livre.

Os vermes-espinhosos (acantocéfalos) são parasitas internos que se fixam no intestino de hospedeiros usando uma probóscide com espinhos. Como possuem corpos flácidos, raramente se fossilizam, mas este espécime foi excepcionalmente preservado no fundo de um lago vulcânico na província da Mongólia Interior.

O fóssil apresenta características dos acantocéfalos modernos, como a probóscide e um órgão reprodutivo, mas também possui mandíbulas e vestígios de um trato digestivo—traços ausentes nas formas atuais, que não têm boca e dependem totalmente do hospedeiro. Isso sugere que eles evoluíram de ancestrais não parasitários, possivelmente relacionados aos rotíferos, animais aquáticos microscópicos.

Apesar da descoberta preencher uma lacuna evolutiva, mistérios ainda permanecem. Essa espécie ainda usava suas mandíbulas? Quem eram seus hospedeiros—será que incluíam dinossauros? Estudos futuros de fósseis e fezes fossilizadas podem revelar mais sobre esses enigmáticos parasitas.